Nesta e na próxima semana, do dia 4 a 16 de agosto, os céus abrem-se como um ventre cósmico para acolher um encontro raro: Vénus e Júpiter dançam juntos sob o signo de Caranguejo, como amantes que se reencontram após mais de duas décadas, embalados pelas marés da memória, do amor e da abundância.

Vénus, o planeta do prazer, da beleza, das finanças e do afeto, encontra em Júpiter, o generoso senhor das bênçãos, benesses, crescimento e expansão, o espelho onde o amor e desejo caminham de mãos dadas, um amor que nutre, acolhe e protege. Em Caranguejo, esse enlace transforma-se numa prece silenciosa ao sagrado, à ancestralidade que pulsa no sangue, ao lar que vive dentro de nós.

É um tempo para deixar florescer o que é terno, íntimo e verdadeiro. É um tempo de cuidar, não apenas dos outros, mas de si. De ampliar os limites do coração sem perder a delicadeza. De se permitir amar com a inteireza de quem também sabe acolher a sua própria vulnerabilidade.

Em 2002, essa conjunção trouxe-nos algo semelhante. O que sonhavas naquele tempo? Onde estavam as tuas raízes? Agora, Vénus e Júpiter voltam a este mesmo solo fértil, pedindo que revisites o teu templo interior. Que escolhas o amor que te faz crescer, e não o que te diminui. Que honres a tua história e prepares o terreno para novos começos emocionais, desta vez mais conscientes e generosos, consigo e com os outros.

Sob esta união luminosa, que cada gesto de ternura seja uma oferenda. Que cada lágrima represada encontre um rio para desaguar. E que cada abraço se torne semente de cura.

O coração, agora, é sagrado e o céu, um espelho da alma que aprende a amar.