Após o início da queda das folhas secas e sem vida — o fim, o solo e as raízes são nutridos — o começo. A integração acontece para a vida que se inicia.
Cada fim é um novo começo. Assim é o ciclo da vida e da morte.
Assim é Samhain, a celebração da morte e renascimento. Respira-se magia, dentro e fora, um tempo sem tempo de visão sábia, de contacto com outros mundos, de presságios, de mergulhos nos mistérios, de adivinhação e oráculos, tempos de ligação e unidade em sintonia com a Natureza. O momento de recordar e celebrar todos aqueles que nos são queridos e que estão aqui e do outro lado do véu. O momento de pura intuição e ligação entre mundos. O momento de honrar e celebrar com todo o nosso amor e humildade os nossos laços aqui e mais além. O momento de honrar e celebrar as nossas memórias, momentos, perceções, intuições, magia e despertares.
Na vossa maior criatividade honrem toda a vida que há em vós, todas as histórias, estórias com muito amor e humildade, na vossa maior magia, deixem que o vosso espírito vos leve a viajar sobre cenários, momentos, emoções e mensagens. Criem e recriem os vossos rituais com amor, humildade sob o que são hoje com a sabedoria do que já foram e do que vos deixaram. Amem cada momento precioso da vossa vida, convosco, com os que amam aqui e com os que amam que estão para além dos véus. Sejam presentes, sejam o todo que são. Celebrem este grandioso ciclo de vida e morte e esta grande teia que nos interliga entre Mundos, Espaço e Tempo que é a consciência coletiva.
Sugestões para o momento:
Celebrar em família, a sós, entre amigos, entre árvores e pedras ou no lar. Com uma mesa, ou prato, ou cesta, recheada de saborosa comida a gosto honrando a abundância pela noite dentro. Recordando histórias, momentos, relações, pessoas, laços, sob o fogo da vela, da lareira ou fogueira, abrindo a mente e o espírito em amor e gratidão, conversando ou escrevendo a quem mais amamos ou sentimos saudade, ou a quem ou ao que sentimos vontade de comunicar. Ao som da Natureza ou de inspiradoras músicas, ou no silêncio. Escrever e queimar as mortes que vivemos em nós, ou o que queremos largar ou transformar, escrever e queimar pedidos de clarividência ou conselhos.
Ou, simplesmente estar presente neste momento sempre tão estranhamente mágico.
As nossas tribos acreditam que neste tempo os mortos têm a bênção do Grande Espírito para visitar os vivos, as suas famílias e amigos.
E, os vivos reúnem-se em celebração com boa comida, doces, flores. Cuidam dos seus lares ou do espaço escolhido para tal, preparando-os para esta honra e celebração. Honram a morte dos que amam e as memórias e vivências com emoção... pintam-se e trajam-se consoante a tradição, há música, queimam-se ervas no fogo e sente-se tudo muito.
Um novo ciclo começa, após este momento outonal, seguido do preciso e precioso recolhimento do sempre diferente e audaz inverno. Aquando são criadas as novas sementes das entranhas.
Nos Céus, todos os planetas antes retrógrados (retrogradação: momentos de exigente reciclagem, reflexão e revisão) estão agora no seu movimento natural (da perspetiva da Terra), o que indica que tudo começará a avançar, (apenas Úrano e Neptuno demorarão um pouco mais no seu trabalho de reciclagem, revisão e reflexão. Úrano sob os novos valores > estamos a viver uma audaz purga de velhos valores e velhos pré-conceitos rumo à libertação e evolução; Neptuno sob a nossa consciência individual e coletiva do quanto somos um). Depois de tudo revisto e refletido é preciso enfrentar o que é preciso enfrentar e avançar com coragem, audácia, amor e muita criatividade.
Toda a estrutura da humanidade e do ser humano está a ser reestruturada (desde os ossinhos de cada um até à grande estrutura que sustenta a humanidade), o karma da humanidade está sob a mesa para olhá-lo de frente com a oportunidade de o transformar em sabedoria e crescimento, com ação, muito amor e humildade. A expansão emocional e sensorial está a ser expandida, no indivíduo e no coletivo, a intuição está a ser sintonizada. A saúde mental, emocional e espiritual ganha uma nova perceção e amplitude na consciência e atitude de todos nós.
Quais os eventos que proporcionarão muito mais de tudo isto, só o livre arbítrio da humanidade o ditará. Vamos andar nestas danças dos gigantes (como chamo aos planetas gigantes que nos influenciam e tocam) de "retrogradação e movimento" até 2023. Tempos estes em que todos estes temas gigantes estarão sob a mesa e a ser trabalhados em todos nós. Estrutura (humana, física, mental, espiritual, legal, financeira, alimentar e muito mais), karma, responsabilidade, transformação, libertação, expansão, conexão, ação.
Este é o tempo oportuno para nos lembrarmos de quem somos, o que somos e o que fazemos aqui.
Deixo aqui a tradução de um poema Maia, sob a energia deste novo Anel de Tempo (13 Luas) que vivemos:
"Retiro as ervas daninhas
para fazer florescer a semente da vida.
Cuido amorosamente das palavras e acções,
manifestando a prosperidade e a minha identidade cósmica.
Acesso às infinitas possibilidades do Universo
e me uno em sintonia com os mais divinos propósitos
e assim sigo
em Paz"
Que assim seja.
Abraço-vos com muito amor, fé e já entre véus.
Nádia NadZka
Comentários