O Tarot e as suas origens estão envoltas em mistério e abertas à especulação. Há quem defenda que as cartas derivam dos livros sagrados do Antigo Egipto. Pensa-se, por outro lado, que tenham sido originárias na Índia ou na China e que foram trazidas pelos ciganos para a Europa. Detectam-se no Tarot símbolos que se pensa conterem os segredos do Universo e a chave da natureza humana e influências das religiões Gregas e das filosofias Árabes e Indianas, assim como da Cabala Judaica.

Há documentos que comprovam serem as cartas de jogar já conhecidas na Bélgica em 1379.

Feliciano Bussi na sua historia de “Viterbo” refere o uso de baralho de cartas em 1379, vindo através dos sarracenos e ao qual se dá-se o nome de naib. Em Espanha, no ano de 1367, encontramos também esse tipo de cartas descritas com o nome de naipe. Pensa-se que a palavra naipe tenha surgido da palavra flamenga knaep, palavra esta derivada de papel.

Wurzburg, um bispo alemão, em 1329 proibiu durante uma pastoral tantos os monges como as freiras da sua diocese de jogarem às cartas.

Vindas de Espanha, as cartas são levadas para a Itália, sendo encontradas em Veneza pela primeira vez em 1545.

Assim, podemos dizer que o jogo do Tarot é um misto do jogo naib e o baralho de cartas comum.

A Court de Gebelin, defende que os símbolos do Tarot derivam das imagens iniciáticas dos sacerdotes Egípcios, cujas figuras eram pintadas em duas fileiras nas paredes das galerias subterrâneas na grande pirâmide Gigé. Advoga ainda que, provavelmente, teriam vindo para a Europa trazidas através dos ciganos, que as utilizavam para ler a sorte, na sua arte adivinhatória, cujo nome era uma forma alterada da palavra “Egípcios”.

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No entanto, as cartas de Tarot também poderão ter sido trazidas pelos Cruzados, no regresso da Terra Santa no século XIV. Há quem defenda a teoria de que foram os próprios templários a inventar as cartas do Tarot, uma ordem de cavalaria guerreira e asséptica formada por Cruzados por volta do ano de 1118, sob a chefia de Hugh de Payen.

Antoine Court Gebelin, escritor francês, devido ao seu grande fascínio pelas lendas escreveu em 1781: “Pensa-se que toda a sabedoria antiga foi destruída quando a grande biblioteca de Alexandria foi queimada. Não foi, porém, assim. Há um livro, que foi passado de mão em mão, e, com ele, muitos segredo dos antigos. Está escrito em setenta e oito folhas, divididas em cinco secções.” ( T. Milénio; pág. 6 e 7 )

Ele estava sem dúvida a referir-se ao Tarot. Para Gebelin, as vinte e duas cartas dos Arcanos Maiores representavam os líderes temporais e espirituais da sociedade egípcia antiga. As outras cinquenta e seis cartas eram divididas em quatro naipes, referentes às quatro classes da sociedade do Antigo Egipto. Tanto os reis como os militares ostentavam a espada (naipe de espadas), a taça simbolizava os sacerdotes, (naipe de copas), os paus eram o símbolo correspondente aos agricultores (naipe de paus) e as moedas representavam os comerciantes (naipes de ouros).

O TAROT ao sobreviver ao incêndio da famosa Biblioteca de Alexandria reapareceu em 1781 e duzentos e cinquenta anos depois despertou o interesse renovado. Qual será a mensagem dos arcanos maiores? Será que as imagens dos Arcanos Maiores são representativas de lembranças visuais relacionadas com uma tradição oral? E será possível que Gebelin, nascido na Provença tenha descoberto o segredo delas tão bem guardado?

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 Ettiella, um dos discípulos de Gebelin, afirmou que “o Tarot original tinha sido escrito em folhas de ouro num templo em Mênphis“.

O jogo das cartas comum é provável que tenha surgido a partir do jogo de xadrez, se não levarmos em conta a torre e o cavalo. De facto, verificamos que o jogo de cartas é constituído pelo Rei, Rainha, dois Valetes e os números de cartas equivalentes ao dos peões. Acredita-se que o uso das quatro cores, assim como de Moedas, Taças, Espadas e Paus tenha surgido no século XIV, pelo costume da época de se jogar xadrez a quatro pessoas.

O Tarot mais antigo que se conhece é o que se encontra no Cabinet de Estampes na Biblioteca Nacional de Paris. Segundo alguns poetas e escritores, este destinava-se à distracção do melancólico Carlos VI de França. Pensa-se que tenha sido encomendado a Jacques Gringonneur que era astrólogo e cabalista. Durante muito tempo pensava-se que pertenciam a este baralho dezassete cartas pintadas sobre velino debruadas a ouro e pintadas a prata, lápis – lazúli e com um pigmento vermelho escuro denominado como (pó de múmia). Actualmente, acredita-se que são italianas e de manufactura mais tardia.

Um dos mais belos jogos de cartas pertenceu a Duce Filippo Maria Viscont e data de 1392, pelo qual pagou mil e quinhentos florins de ouro ao seu secretário, o sábio e pintor Marziano da Tortona. Existem ainda hoje sessenta e sete cartas originais deste jogo muito antigo.

Com o passar do tempo, a apresentação dos emblemas e dos desenhos das cartas alterou-se. Desde que se começou a jogar, o baralho foi composto por vinte e duas cartas, e quatro séries de cores, cada uma delas contendo catorze cartas. O Tarot de Marselha surgiu nos finais do século XV e XVI, alcançando imediatamente um grande destaque entre os sumptuosos jogos, principalmente os que eram pintados à mão por grandes artistas, que geralmente os dedicavam ás famílias mais ilustres como os VISCONTI e SFORZA.

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O Tarot de Marselha teve uma grande influência sobre muitos jogos que surgiram nos finais do séc. XVIII e início do séc. XIX, época especialmente apaixonada pelo oculto na qual se deu um grande incremento do TAROT.

O TAROT adquiriu uma forma mais manuseável e mais sólida quando B.P. GRIMAUD lhe fez algumas alterações, sem alterar as suas qualidades intrínsecas. Os cantos tornaram-se mais redondos e as cores mais vivas passando a haver um claro predomínio do AZUL e do VERMELHO.

Paul MARTEAU, o grande mestre das cartas em França, traduziu em 1930, com grande rigor, toda a simbologia do TAROT de MARSELHA e fixou as tonalidades definitivas das cores que permanecem até hoje.

Se a origem do TAROT continua a ser um mistério, não constitui nenhum segredo, o seu extraordinário poder de adivinhação psicológico e espiritual. A sua influência vibratória é comparável a um tratado de psicologia em imagens. Surpreendentemente, permite comunicar, encontrar soluções e prevenir, aprender a aperfeiçoar o auto conhecimento e uma melhor compreensão dos outros. O TAROT não tem o poder de influenciar os acontecimentos, avisa-nos das influências que nos rodeiam para que, com conhecimento de causa e total “livre -arbítrio”, possamos decidir sobre o nosso futuro.

O TAROT não nos obriga a nada, indica-nos apenas caminhos que nós podemos seguir ou não, de acordo exclusivamente com a nossa vontade. Somos inteiramente responsáveis pelas nossas decisões, nunca devemos esquecer de que toda a acção leva a uma reacção.

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