A relva sintética e a sua popularidade estão em crescimento e é cada vez mais utilizada em diversos espaços, desde as escolas aos recintos desportivos passando pelos jardins residenciais, um por todo o mundo e em todos os climas, com todas as suas vantagens, desvantagens e garantias. A relva artificial, uma alternativa sintética, é uma solução com uma manutenção que não apresenta dificuldades. É resistente e, por norma, não sofre com as alterações climatéricas das zonas em que é aplicada.
Essa é uma vantagem clara em comparação com o que acontece com um relvado natural. Mas não é a única. E nem tudo são benefícios, como também alertam alguns dos defensores desta alternativa. Conheça, de seguida, as vantagens, as desvantagens, as possibilidades de aplicação e as garantias que esta solução oferece. As recomendações e os alertas de Bruno Aguiar, engenheiro do ambiente de recursos naturais, colaborador regular da Jardins, a revista de jardinagem mais lida do país.
As vantagens a levar em consideração
As principais vantagens podem dividir-se em dois grupos, a vantagem económica e a vantagem do tempo. A vantagem económica faz-se sentir com maior incidência no custo da água para rega diária e nos custos associados à manutenção do jardim. Um relvado natural, dependendo do tipo de clima e do tipo de relva, pode exigir mais do que uma rega diária e necessita de cuidados periódicos, incluindo a utilização de adubos, de herbicidas, de pesticidas, de máquinas e de ferramentas.
A vantagem referente à disponibilidade de tempo pode dividir-se em dois campos. O primeiro e mais imediato prende-se com o tempo que gastaria, tradicionalmente ao sábado de manhã, para cuidar e tratar da sua relva, tempo esse que pode ser aproveitado para cuidar dos canteiros, para realizar outras atividades ou mesmo para passear com a sua família. O segundo está relacionado com a meteorologia, um fator por vezes menosprezado quando se planeiam este tipo de aquisições.
Um jardim com relva sintética, uma opção que tem vindo a ganhar adeptos nacionais ao longo dos últimos anos, possibilita-lhe, em estações mais invernosas e em períodos moderados mais rigorosos, uma recuperação mais rápida e um escoamento das águas das chuvas mais eficaz, permitindo-lhe, em pouco tempo, voltar para o seu jardim exterior e disfrutá-lo sem ter que se preocupar com todos os cuidados que teria de ter numa situação com relva natural. E que não são poucos!
As desvantagens a ter em conta
As desvantagens resumem-se a duas. A primeira incide no facto da relva sintética aquecer quando exposta, diretamente, ao sol. A forma de compensar esse sobreaquecimento é regando um pouco a superfície da relva, arrefecendo-a rapidamente e automaticamente. Este arrefecimento é útil para quando vai ser utilizada. Caso não haja essa utilização premente, não se justifica a utilização de qualquer tipo de rega ou arrefecimento. A segunda é referente às junções entre tapetes.
Não raras vezes os trabalhos realizados em relva sintética ficam com as juntas denunciadas, tornando o aspeto final do trabalho realizado em relva sintética menos atrativo e apelativo, o que acaba por ser uma grande desvantagem. As junções entre tapetes são atenuadas ou completamente despercebidas com tapetes de relva sintética de gamas mais elevadas e de melhor qualidade. Em alternativa, pode socorrer-se da experiência de equipas de aplicação de tapetes de relva sintética.
O que as distingue em termos de garantia e durabilidade
Também aqui existem diferenças que podem ser decisivas num processo de tomada de decisão. As relvas sintéticas de gama elevada, de forma generalizada, têm uma garantia de fábrica que pode variar entre os cinco e os oito anos, sendo que a sua durabilidade pode, nalguns casos, chegar aos 35 ou 40 anos, como se tem verificado, dependendo dos fatores climatéricos e da utilização imposta a estes tapetes. No caso da relva natural, mais frágil, o prazo de validade está longe de ser comparável.
As melhores formas de aplicação da relva sintética
A aplicação da relva sintética é um trabalho de bricolagem, sendo o grau de espetativas do resultado final equivalente ao conhecimento e empenho do seu aplicador. As partes mais complicadas no trabalho de aplicação são o elevado peso dos tapetes, exigindo sempre mais do que uma pessoa para o manuseamento e aplicação, o tratamento, a afinação e/ou a colagem das juntas para as tornar o mais despercebidas possível e os cortes e redirecionamento dos tapetes, em especial no seu perímetro.
Em resumo, qualquer espaço pode ser alvo de uma reestruturação em relva sintética, sendo o modo de fixação ao solo dos tapetes variável conforme as exigências. Cada vez mais, surge, como se tem vindo a verificar nos últimos anos, uma procura por parte dos clientes para a colocação e para a aplicação de relva sintética em espaços como as varandas e os terraços das habitações, mesmo nas grandes cidades,, dando um pouco de ar do campo a espaços tendencialmente mais confinados e urbanos.
O aparecimento da relva sintética em terraços abriu uma nova janela de oportunidade aos clientes, para investirem o seu tempo no cultivo e na manutenção de alguns elementos florais nos seus terraços, criando espaços com mais vida. Os jardins tradicionais em relva natural ou noutros tipos de resolução são sempre pontos de partida para espaços em relva sintética. Em espaços adjacentes de piscinas ou espaços de lazer, a relva sintética tornou-se uma solução cómoda, eficaz e, até, rentável.
Texto: Bruno Aguiar (engenheiro do ambiente de recursos naturais)
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