Depois de termos sugerido alguns locais a visitar no Ribatejo, desta vez deixamos alguns locais que pode visitar numa viagem por Évora e arredores.

Comece a manhã a conhecer as origens da humanidade com vestígios megalíticos

Antes de chegar a Évora, se vier do lado de Lisboa, vai encontrar várias indicações que revelam que há um Cromeleque na zona. Mas não é apenas o Cromeleque, para os lados de Guadalupe, que existe. Há vários vestígios espalhados pela região que nos levam para tempos muito antigos.

Este é um passeio bom para fazer em família porque é feito essencialmente ao ar livre, em contacto com a natureza. De passagem pelo caminho vai ser possível ter contacto com a fauna e flora da região.

Se sentir necessidade de ter algum tipo de orientação, a Ébora Megalíthica existe para guiar aqueles que sintam curiosidade em saber mais sobre este passado. A base da empresa é no centro interpretativo dos Almendres, na aldeia de Guadalupe, perto do Cromeleque de Almendres e da Anta Grande do Zambujeiro.

Esta empresa procura educar sobre a vida no período Neolítico com visita a alguns dos mais importantes monumentos megalíticos do mundo: o Cromeleque e Menir dos Almendres e a Anta Grande do Zambujeiro.

Pode começar pelo parque pedagógico que, de acordo com a Ébora Megalíthica inclui “a reprodução de abrigos do Paleolítico e de uma cabana do Neolítico (em escala real e construídos com os materiais e técnicas originais), bem como do correspondente equipamento do quotidiano, tal como armas de caça, instrumentos de pedra lascada e polida, cerâmica, objetos votivos, entre muitos outros”. Há ainda uma zona verde, junto à ribeira de Valverde que dispões de mesas de piquenique, de acesso gratuito.

​Se preferir a visita a alguns destes achados arqueológicos a empresa dispõe de uma visita, com a duração de três horas (30€ por pessoa, mínimo 3 pessoas, máximo de 7. Crianças pagam metade), onde é possível saber mais sobre a típica paisagem alentejana: o montado.

Siga para um almoço na Enoteca da Cartuxa, no centro histórico de Évora

Para aqueles que sejam mais atentos ao mundo dos vinhos, a Fundação Eugénio de Almeida, e a sua Adega da Cartuxa, dispensam apresentações, ou não estivéssemos a falar, entre outras referências, do produtor do consagrado Pêra Manca.

Desde há uns anos que a Enoteca da Cartuxa abriu no centro histórico de Évora, e além de uma loja onde pode adquirir as referências da Fundação (com exceção do Pêra Manca que tem condições de aquisição próprias), há também um restaurante onde é possível degustar algumas das típicas iguarias alentejanas.

Aproveite uns dias de férias ou o fim de semana para descobrir um pouco de Évora e arredores
Aproveite uns dias de férias ou o fim de semana para descobrir um pouco de Évora e arredores créditos: Divulgação / Cartuxa

Vai sair bem servido com uma sopa de tomate, ovo escalfado, hortelã, espinafres e queijo de cabra (6€), acompanhada de uma prova de azeites da Cartuxa (2,50€) ou de um queijo regional amanteigado (3,50€).

Pode petiscar um escabeche de pato com especiarias e farofa de amêndoa (8,50€) ou mergulhar de cabeça num dos pratos principais como as migas de espargos com lombinhos de porco de vinha d’alhos (15€). Em homenagem ao convento da Cartuxa, termine a refeição com um doce conventual como o toucinho do céu, creme de gengibre e limão (5€). Mas o que não faltam são opções.

Se não quiser comer uma refeição “à séria”, é possível petiscar, como por exemplo as tábuas de queijos regionais ou enchidos (ambas 12,50€), uma vez que o horário de funcionamento é contínuo (entre as 12h30 e as 21h30, todos os dias da semana).

Visita à adega Fita Preta

Como referimos no ponto anterior, se for um entendedor deste mundo dos vinhos, o nome de António Maçanita não será de todo desconhecido. É ele a mente e o responsável pela Fita Preta, projeto que começou a desenhar em 2004, com apenas 24 anos, e sem qualquer tipo de experiência no setor.

A Fita Preta trabalha apenas com castas autóctones do Alentejo e o perfil de vinhos tem granjeado fama a António Maçanita, que já foi eleito Enólogo do Ano, pela Revista dos Vinhos, em 2018, ano em que foi também agraciado com o Prémio Singularidade, da Revista Grandes Escolhas, entre outros prémios.

Mas o que impressiona mesmo é o espaço onde se encontra. O Paço do Morgado de Oliveira, que se situa numa herdade com 100 hectares, é a sede da Fita Preta. Ao chegar lá, vai ter a sensação de que entrou na máquina do tempo ou que foi numa rápida viagem à Toscana italiana ou à Provença francesa.

Trata-se de um Paço medieval, fundado em 1306, espaço que comporta também a adega, um edifício de cortiça, construído em 2017, assim como parte das vinhas da Fitapreta. O edifício principal encontra-se neste momento em fase de recuperação e tem contado com acompanhamento arqueológico.

É verdade que o inverno não é a época mais interessante para visitas à vinha, mas é a época mais interessante para se fazer provas de vinhos. Até porque é nesta época que são lançadas as novas colheitas. As provas de vinhos começam nos 30€ por pessoa, que incliu prova, visita à adega, prova de cuba e uma tábua de queijos. Há ainda a loja onde vinhos onde pode adquirir todas as referências da Fita Preta, que se situa a pouco mais de 10 quilómetros de Évora, o que no Alentejo equivale a pouco mais de 10 minutos de carro.

De regresso a Évora para um check-in no The Noble House

Se não quiser voltar à pressa para casa, o que não faltam são opções de alojamento em Évora. A sugestão é ficar num alojamento dentro das muralhas, com estacionamento incluído, mediante reserva. Isto que significa que pode facilmente deslocar-se a pé pela cidade cujo centro histórico tem a característica de ficar, precisamente, dentro de muralhas.

Aproveite uns dias de férias ou o fim de semana para descobrir um pouco de Évora e arredores
Aproveite uns dias de férias ou o fim de semana para descobrir um pouco de Évora e arredores créditos: Divulgação / The Noble House

No hotel boutique The Noble House vai encontrar um edifício com história, a começar pela receção, onde se encontra uma coluna dórico-toscana, em granito, que sustenta uma abóbada abatida de artesões de aresta viva. O atual bar foi em tempos uma cozinha primitiva do século XVII, que mantém as chaminés originais, revestidas a azulejos seiscentistas, num edifício onde não faltam particularidades.

O alojamento tem sete tipologias de quarto, com valores que começam nos 63€ (dois adultos por quarto), com a possibilidade de pequeno-almoço incluído.

Jantar na Cavalariça de Évora

A pouco mais de cinco minutos a pé do The Noble House, chega facilmente ao Cavalariça de Évora, um restaurante que começou a sua fama na Comporta, e que tem a sua réplica em Évora, desde junho de 2022, num dos espaços mais bonitos da cidade: o pátio andaluz do Palácio dos Duques do Cadaval, junto ao Templo de Diana.

A cozinha, sob a orientação do chef Bruno Caseiro, é uma mistura entre ingredientes os típicos do Alentejo, mas apresentados com um twist, como é o caso do coelho de escabeche com flatbread de trigo (7,5€), da empanada de borrego com molho verde de algas (3€ a unidade), da cevada cremosa com cogumelos, castanha e queijo São Jorge (15,5€) ou do cachaço de porco alentejano, maçã e pastinaca fumada (41€). Sobretudo, se visitar este restaurante, não vá à espera de encontrar os típicos pratos alentejanos, porque este não é o local.

Destaque ainda para a decoração do espaço, projeto do designer Jacques Grange, onde as referências a tribos africanas resultam numa explosão de cores. Resumindo, uma lufada de ar fresco na cena gastronómica de Évora.

O SAPO Lifestyle visitou Évora a convite da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.