Tive oportunidade de experimentar o Jackey da Easywalker durante um mês e vou deixar algumas considerações, com base na minha experiência em carrinhos, que não é muito alargada, fazendo já o disclaimer.
A primeira vez que ouvi falar na marca Easywalker estávamos em 2013, quando um casal amigo próximo esperava a primeira bebé. Depois de muita pesquisa tinham chegado a esta marca holandesa. O que procuravam era um carrinho leve, que fosse suficientemente compacto, mas que também servisse para aquilo que o mundo da puericultura apelida de all-in-one, ou seja, que não fosse apenas um carrinho bengala, mas que fosse utilizado desde os primeiros dias do bebé.
Na época a opção deles recaiu no June, que por pesquisas percebi ter sido descontinuado, sendo que a marca tem agora como opções o Harvey e o Jimmey, no segmento all in one. Hoje em dia penso que as marcas têm uma separação clara entre aquilo que consideram um carrinho de passeio, chamemos-lhe assim, e compactos, que na altura não havia tanto, nem tantas opções. Ou era carrinho “à séria” ou era o chamado bengala.
Avançamos no tempo até ao momento em que eu própria tive de fazer essa escolha, em 2020. Posso dizer que o carrinho foi a primeira coisa que comprei, nos primeiros tempos do segundo trimestre, mas foi das últimas coisas a que dei uso. Na época a escolha recaiu no Yoyo da Babyzen, que é a minha base de comparação.
Atenção: as coisas que eu valorizo num carrinho são fruto da minha rotina e no modo como resolvi viver esse início no mundo da maternidade, com base em informação que achei que fazia sentido para mim. Assim, nos primeiros tempos usei essencialmente o pano semi-elástico e a mochila ergonómica em saídas porque me facilitava bastante. O ovo ficava onde era suposto estar: no carro, diga-se automóvel.
Apesar de ter os adaptadores de ovo, o carrinho começou a ser usado à séria mais tarde, já a minha filha teria perto dos nove meses, pois foi o que melhor me serviu. Hoje com três anos feitos, dou muito mais uso até porque ela não adora andar e as minhas costas já não acham muita graça aos seus 14 kg.
Esta introdução serve para explicar a minha escolha na época: queria um carrinho que fosse leve, compacto, que não ocupasse muito espaço na bagageira e que, se fosse necessário, comportasse um ovo. Resumindo, queria um carrinho mais citadino. Feita a introdução, foquemo-nos no Jackey.
Características
Medidas: 80 x 47 x 105 cm (aberto); 56 x 47 x 26 cm (fechado)
Peso: 7,5 kg
Tamanho das rodas: 13,7 cm (frente); 16,7 cm (traseiras)
Capacidade: Crianças até aos 22 kg; cesto até aos 5 kg com volume de 18 litros
Compatível com ovinhos de várias marcas, com a aquisição de adaptadores, como Cybex, Maxi Cosi, BeSafe, Joie, Britax Römer ou Nuna.
Cores: Disponível em sete cores (Steel Grey, Sand Taupe, Marble Grey, Shadow Black, Forest Green, Teal Green e Pecan Brown).
PVP: 349,99€.
Vantagens
Assim que sai da loja, o Jackey é muito fácil de montar. Na realidade o carrinho já vem pronto, apenas é necessário colocar-se as rodas, que vêm em separado, e voilá. Desde o momento em que o tira da caixa até estar pronto para o passeio não vai demorar mais de dois minutos. A experiência que tive com o carrinho que comprei não foi de todo a mesma. Precisei de recorrer a vídeos de apoio para o conseguir pois vinha totalmente desmontado.
O Jackey tem a vantagem de trazer um conjunto de acessórios que acabam por ser úteis a longo ou curto prazo como a capa para a chuva, a barra incorporada no assento (que o Yoyo não tem) e um apoio de pés também incorporado (que no caso do Yoyo é um extra). Este último ponto é bastante útil para aquela fase em que eles ainda não chegam ao pousa pés ou mesmo para as sestas, com a criança a adotar uma posição mais horizontal. Na realidade, o Jackey fica numa posição de praticamente 160º. Este é de facto uma das características que achei mais interessantes no carrinho em comparação com aquele a que estava habituada, o que proporciona à criança uma posição muito mais confortável na hora de dormir.
Se pensarmos no verão, o Jackey tem uma das capotas mais generosas entre os carrinhos do género, sendo ainda extensível através de um fecho que dá lugar a uma área respirável. Quando totalmente reclinado é possível abrir uma janela para circulação de ar.
Outro destaque vai para as rodas. As marcas não são nacionais e um dos grandes problemas dos compactos é que as rodas não são muito amigas da calçada portuguesa. As do Jackey não são de plástico e acabam por ser um pouco maiores do que os carrinhos do mesmo segmento o que dá algum conforto, aligeirando o efeito “treme treme” da calçada.
Outro ponto a favor deste carrinho é o cesto que tem muita arrumação. De acordo com a marca tem capacidade para 18 litros e carrega até 5 kg, o que são medidas generosas.
Na hora de fechá-lo, conseguimos fazê-lo só com uma mão o que, digamos, facilita bastante. Não será o elemento decisivo, mas é uma grande ajuda, sobretudo se estivermos com a criança ao colo.
Desvantagens
A meu ver, a principal desvantagem do Jackey é o seu peso - 7,5 kg - o que no segmento dos compactos não é o mais acessível. Se compararmos com o Yoyo, este pesa à volta de 6 kg.
O seu peso vem acompanhado de volume. Trata-se efetivamente de um carro mais volumoso se comparado com outros e as suas medidas (56 x 47 x 26 cm) não vão possibilitar que este viaje como bagagem de cabine.
Se focámos no facto de conseguirmos fechar o carro só com uma mão, para abrir, é necessária alguma força. Não é difícil, mas é preciso ter alguma força de ombros para suspender o carro no ar e quando estamos a falar de um carro de 7,5 kg, é preciso ter alguma destreza.
Este ponto não é necessariamente uma desvantagem, é apenas com base na minha experiência. Por ser mais pesado, a condução não me parece tão fluída em comparação com o carro que adquiri. No entanto, será muito mais agradável se comparado com carros não compactos, que pesam muito mais.
Considerações finais
Não podemos considerar taxativamente o Jackey um carrinho all-in-one, ou seja, desde o nascimento. Mas que é possível com as possíveis adaptações, sim, é. Não esquecer que pode adquirir os adaptadores de ovo e há até uma opção de alcofa móvel, caso seja esse o desejo.
Dentro dos carrinhos compactos é uma escolha interessante se pensarmos inclusive no seu preço (PVP 349,99€). A título de exemplo, a versão atualizada do Yoyo da Babyzen tem um PVP de 469€ e o Joolz aer+ tem um PVP de 449€.
E interessante porquê? É uma opção interessante, de meio-termo, entre o carrinho de bebé “à séria” e o carrinho compacto. Este é um dos maiores investimentos que, enquanto pais, temos de fazer. E a meu ver, se não tivermos de investir duas vezes em carrinhos diferentes, melhor.
No entanto, nunca é demais lembrar que cada família tem a sua dinâmica. A escolha de um carrinho está dependente da nossa rotina, do nosso estilo de vida e da nossa experiência. Antes de fazer qualquer escolha, pesquise, teste o carrinho em loja, veja se lhe faz sentido. Afinal, vai ser um aliado importante para os primeiros anos de vida de um bebé.
"Em teste" é uma rubrica ocasional do SAPO Lifestyle, em que testamos equipamentos e produtos. A opinião demonstrada no artigo é da responsabilidade do autor, não tendo qualquer influência da marca.
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