“Não sou nenhum pássaro: nenhuma armadilha me prenderá; sou uma criatura livre, dependente apenas da minha própria vontade”. As palavras que acabámos de ler nasceram em 1847 com o poder de tomarem boleia do tempo e viajarem perto de dois séculos até aos leitores da atualidade. Palavras que nasceram do talento de Charlotte Brontë, escritora inglesa, do período Vitoriano, que eternizou para a posteridade, uma das personagens mais marcantes no feminino, Jane Eyre, no romance com o mesmo nome. Biografia que segue as emoções e experiências da protagonista, de criança à idade adulta, num mundo, o do século XIX, onde a Mulher procurava a afirmação em áreas que lhe eram até então vedadas.

Grandes romances clássicos escritos no feminino. Janeiro é o mês em que os vamos reencontrar
RBA Portugal

A intemporalidade de Jane Eyre, a sua relação intempestiva e de afirmação face a Rochester, homem com tanto de irascível como de sedutor, não perderam a sua capacidade de emocionar novas gerações, com novos públicos ao longo dos últimos dois séculos. Cedo, em 1910, ainda no cinema mudo, a Sétima Arte levou ao grande ecrã uma primeira adaptação da obra. Dezenas de películas sucederam-se até à atualidade. Em 2011, não nos foi indiferente o poder das interpretações da atriz australiana Mia Wasikowska e do ator alemão-irlandês Michael Fassbender. O teatro, a rádio, a televisão e, claro, a literatura, também não ficaram alheios nos últimos cem anos à narrativa que valoriza o papel das mulheres e a forma como se opuseram a convenções e restrições.

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É sobre o carácter intemporal, libertador, sobre o poder de decisão e reivindicação de direitos no feminino que nasce uma nova coleção de livros que presta homenagem a mulheres eternizadas nas letras. Mulheres de uma Europa e América do Norte do século XIX, que transitavam de uma sociedade rural para urbana, nascidas na escrita de outras mulheres como as britânicas Jane Austen, Emily Brontë, as norte-americanas Louise May Alcott e Edith Wharton; ou mesmo nas palavras de homens, como o francês Gustave Flaubert que soube interpretar na sua escrita o sentir feminino.

'A minha coragem aumenta sempre a cada tentativa de me intimidar'. -   Elizabeth Bennet, Orgulho e Preconceito.

Romances Eternos, um lançamento da RBA Portugal, propõe-nos a partir de 17 de janeiro, (re)visitar grandes obras do passado; romances clássicos que se mantêm atuais, nascidos num tempo, os séculos XIX e XX, em que as mulheres conquistavam a literatura e o livro se tornou um território de afirmação feminino e de rompimento dos convencionalismos.

Obras como Mulherzinhas, Orgulho e Preconceito, O Monte dos Vendavais, Sensibilidade e Bom Senso, A Idade da Inocência, Ema, Madame Bovary, A Abadia de Northanger e a Casa da Alegria, todas a merecerem publicação na coleção Romances Eternos, trazem-nos do passado uma mensagem de vanguarda e inspiradora. Clássicos onde, ainda hoje, espelhamos a nossa ambição e vontade de afirmação.

Grandes romances clássicos escritos no feminino. Janeiro é o mês em que os vamos reencontrar
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Edição exclusiva, de colecionadores

Clássicos que, por o serem, merecem neste século XXI uma edição exclusiva, para colecionador, inspirada numa coleção lançada no século XIX. Na época, a editora britânica Macmillan publicou a coleção Cranford, livros ricamente encadernados, que contaram com os melhores ilustradores da época. Peças concebidas para serem oferecidas e que, para a posteridade, ficariam conhecidas como “joias vitorianas”.

'Ora! Tu és rapariga e tem graça, mas não permito que nenhum homem me abane!' - Jo March, Mulherzinhas.

Um cuidado na edição que acompanha a nova coleção Romances Eternos. Grandes histórias, merecem ser acolhidas em belos livros. Neste caso, obras com capas ilustradas com motivos naturalistas e com gravuras estampadas a dourado. No interior, as histórias que nos continuam a seduzir, ganham vida nas gravuras da época e ornamento em letras capitulares.

Grandes romances clássicos escritos no feminino. Janeiro é o mês em que os vamos reencontrar
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Quando levamos às mãos um livro sabemos que este também nos fala. Quem nega que no interior de Mulherzinhas não continuamos a ouvir as vozes frescas das irmãs Meg, Beth, Jo e Amy? Ou que em A Idade da Inocência a independência da Condessa Olenska mantém o seu carácter sedutor?  Também o tempo não desgastou a narrativa poderosa e tragicamente bela de Catherine Earnshaw e Heathcliff em O Monte dos Vendavais.

Grandes obras com as quais marcamos um novo encontro a partir de 17 de janeiro, em títulos colecionáveis que podem ser adquiridos em bancas de jornais, quiosques e papelarias ou através do site da RBA Portugal.