O comediante Bruno Nogueira decidiu quebrar o silêncio sobre o caso dos Anjos (Nelson e Sérgio Rosado) contra Joana Marques que já está neste momento em julgamento.

"Aquilo de que se deveria estar a falar por estes dias não era dos limites do humor, mas sim dos limites do sentido de humor. São quase sempre esses que são ultrapassados, e não vejo em que sentido é que um humorista possa ser culpabilizado por isso. Este caso em que os Anjos decidem pedir um milhão de euros por um vídeo que a Joana pôs no Instagram soa a um pedido de justiça feito à medida", começou por comentar o humorista numa publicação que fez na sua página de Instagram esta sexta-feira, dia 20 de junho.

"O que fez disparar as consequências psicológicas e profissionais dos Anjos foi sobretudo terem transformado aquilo que era só mais um vídeo, num palco com plateia para Portugal inteiro. Falaram disso, e ao falarem disso o país falou deles a falarem disso. Por muito que tente criar empatia pelo sofrimento deles, tudo isso esbarra naquilo que está escondido atrás deste processo: tentar apagar aquilo que não nos agrada", acrescentou.

"Pode ou não gostar-se do que a Joana faz, pode ou não gostar-se do que os Anjos fazem, mas é inimaginável que isso dê origem a uma multa de um euro que seja. Se os Anjos ganhassem este processo, perdíamos todos, humoristas e não humoristas. E perdiam sobretudo eles, por ironia do destino. Porque isto não é sobre nenhum dos envolvidos no processo, é sobre uma coisa muito maior: o podermos rir de tudo, sempre", escreveu de seguida.

"O papel do humor não é obedecer à sensibilidade nem à expectativa de quem o ouve. Diria até que esses são os arqui-inimigos do próprio humor. Rimos sempre à conta de alguma coisa ou de alguém, e isso deixa sempre nódoas negras pelo caminho. A falta de sentido de humor, por outro lado, pode destruir tudo à volta", destacou ainda Bruno Nogueira.

"Neste momento, não há maior inimigo dos Anjos do que eles próprios. E isso não deixa de ter a sua piada", pode ler-se, por fim, na publicação.

De recordar que o primeiro dia deste julgamento aconteceu na terça-feira, dia 17 de junho, e ficou marcado pelas partilhas de Sérgio Rosado, que disse que "teve uma crise de acne" provocada pelo stress, acrescentando que se refugiou no desporto e "para não entrar uma depressão" decidiu "fazer uma prova de triatlo".

Um dos cantores afirmou também que sofreu um derrame ocular e que teve de tomar medicação para a ansiedade, avançou a SIC Notícias.

No segundo dia de julgamento, Nuno Feist foi o primeiro a testemunhar, relatando que "se o som tivesse estado a 100% isto nunca teria acontecido, porque eles não estiveram mal".

Pedro Miguel Ferreira Duque, gestor de empresas que tinha um acordo com os artistas, revelou em tribunal que um contrato foi cancelado depois do vídeo ser publicado. Já Timi Montalvão, produtora da banda há vinte anos, disse que os artistas faziam "40 a 50 concertos por ano e que agora têm metade".

A próxima sessão deste julgamento está marcada para o dia 30 de junho e serão ouvidas mais testemunhas, entre elas Ricardo Araújo Pereira e Fernando Alvim, segundo o Observador.

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O que gerou este mediático caso que foi parar ao tribunal?

Os Anjos, recorde-se, levaram Joana Marques a tribunal depois de a humorista ter publicado no Instagram um vídeo que mostrava partes da atuação da dupla antes de uma prova do MotoGP, em Portimão. Nas imagens, Nelson e Sérgio Rosado cantaram o hino nacional e o vídeo publicado pela comediante continha partes de reações do júri do programa 'Ídolos'.

Os cantores avançaram com este caso para a Justiça, justificando que Joana Marques foi a responsável por vários concertos cancelados e parcerias com marcas que não se concretizaram, acrescentando também que continuam a receber mensagens de ódio.

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