Os banquetes de Estado fazem parte dos eventos mais importantes e solenes no seio da família real britânica. Esta terça-feira, dia 8 de julho, aconteceu no Castelo de Windsor um jantar de gala a propósito da visita oficial do presidente Emmanuel Macron e da mulher, a Brigitte Macron, ao Reino Unido (imagens que poderá ver na galeria).

Estes são momentos de enorme relevância e pensados ao pormenor. Nada é deixado ao acaso, como revelou Darren McGrady, ao Heart Bingo, que durante 15 anos trabalhou enquanto chef para a família real britânica, desvendando alguns dos segredos do planeamento destas ocasiões.

São pedidas informações aos convidados

Antes da preparação do menu são requeridas aos convidados dos banquetes informações sobre os alimentos que gostam - e não gostam - assim como restrições alimentares. Entretanto, com base no que é revelado, são preparadas opções de menu enviadas para o monarca, que acaba por escolher o da sua preferência.

Tudo tem de ser "perfeito

McGrady afirmou que a equipa de cozinheiros verifica que todos os alimentos são absolutamente perfeitos, não havendo margem para erros. "Se precisarmos de 96 peras, eles enviam 250, e verificamos cada uma delas", referiu. "A mesma coisa com as carnes - tudo tem de estar perfeito", assegurou.

Um menu vasto e variado

O antigo chef do palácio revelou que os banquetes podem incluir "quatro pratos, mais sobremesa". A sobremesa deverá ser fruta, depois de servido o típico pudim britânico aos membros da realeza.

O trabalho aumenta durante a semana toda

E engane-se quem pense que o trabalho só aumenta no dia em que acontece o banquete. Na verdade aumenta ao longo da semana, durante a permanência dos chefes de Estado nas visitas oficiais.

"Normalmente há 10 chefs, mas para um banquete de Estado todos os 20 chefs estão ocupados durante a semana", explicou. "Não é apenas o banquete - é a semana do banquete de Estado. O dignitário visitante chegou na terça-feira e teve um almoço de boas-vindas, preparou-se o quarto e o banquete naquela noite", esclarece.

McGrady revela ainda que o pequeno almoço é preparado com todo o cuidado e entregue nos quartos do castelo, "tal como acontece num hotel". Alguns dos convidados chegam a trazer os seus próprios chefs, inclusive.

No que diz respeito à visita do presidente francês e da mulher, os primeiros pratos faziam parte da "cozinha tradicional francesa". Os menus são traduzidos para francês, uma tradição real de longa data.

Comida biológica e local

Tendo em conta a enorme paixão por alimentos orgânicos, muita da comida que é servida nos banquetes de Estado é produzida nas propriedades reais - e, no caso do peixe, vem diretamente das redes de pesca.

"Tradicionalmente para os banquetes de Estado usávamos produção local, mas com 156 pessoas nem sempre tínhamos o suficiente daquilo que o príncipe Carlos ou a Rainha Mãe tinham pescado no River Dee".

Quanto às sobremesas, a rainha adorava gelado e doces com chocolate. Já o príncipe Carlos (agora rei Carlos III) preferia frutos e pratos com queijo.