Lídia Franco foi uma das grandes entrevistadas de Andreia Rodrigues no programa 'Estamos em Casa', da SIC, transmitido na tarde deste sábado, dia 28 de junho.

Recorrendo a um álbum de fotografias, a reconhecida atriz, de 81 anos, teve a oportunidade de recordar o seu percurso artístico, que começou com a dança, uma das suas grandes paixões.

"Fiz a escola de ballet, na altura era do Teatro Nacional São Carlos e daí formou-se a primeira Companhia Portuguesa Nacional de Bailado, onde ingressei como bailarina profissional", lembra, notando que ainda fez parte de um outro grupo formado na Gulbenkian, tendo ido mais tarde para Bruxelas.

Depois de anos de dedicação ao ballet clássico, Lídia revela que foi forçada a terminar esta carreira aos 30 anos, altura em que o seu corpo não permitiu que continuasse. "Fui obrigada a parar com o ballet, porque os bailarinos, sobretudo os de ballet clássico como era o meu caso, são atletas de alta competição e há uns que têm de parar aos 30, outros aos 40... Eu fui aos 30, porque tive problemas fisicamente graves".

O amor do marido, António Esteves, e o seu grande apoio após diagnóstico de cancro

António Esteves, com quem está casada há mais de 30 anos, é o grande amor da vida de Lídia Franco. Esta contou a Andreia Rodrigues que "foi amor à primeira vista", tendo conhecido o companheiro numa altura em que "estava bem consigo mesma", não se sentindo solitária. Apesar da diferença de 15 anos entre ambos (a atriz é mais velha), tal não foi impedimento para ficarem juntos, muito pelo contrário.

Ora, o marido revelou-se um apoio fundamental há seis meses, altura em que Lídia Franco foi diagnosticada com um cancro no pulmão esquerdo que levou a que fosse operada de imediato.

"Fiz uma operação muito grande. Eu que nunca fumei - a não ser o fumo dos outros e dos escapes dos carros - tive um cancro há seis meses. Fui operada ao pulmão esquerdo. Não se podia fazer biópsia, porque estava encostado à aorta, portanto teve mesmo de ser uma operação. Fiquei ótima, estou ótima", assegurou.

"Não dei por nada, porque como tenho a sorte de ter um seguro de saúde… É o meu luxo, porque é caríssimo, mas é vitalício. Nem tive tempo sequer de perceber o que é que eu tinha", realça, notando que já está recuperada da intervenção e que continua a trabalhar "cada vez mais".

Elogiando o papel do companheiro, Lídia Franco acrescentou: "Foi fundamental. Ele nem me deixou perceber realmente o que é que eu tinha. Pegou em mim, levou-me a todo lado, com carinho, com amor, com cuidado".

Quanto ao futuro, a entrevistada pretende continua a trabalhar enquanto ainda tiver capacidade para tal, ainda mais porque esta é a sua forma de prevenir uma depressão, doença contra a qual batalhou ainda em jovem.

"Um ator quanto mais velho melhor, mais conhecimento técnico tem", refletiu.

Para além de já ter gravado uma longa-metragem, sobre a qual não pode dar pormenores, e uma série para a RTP, Lídia Franco continua a dar aulas de representação, quer a alunos que sonham em ser atores, quer a empresas.