Madonna volta a chocar. Fotografia promocional do novo disco mostra mãos da cantora, nua da cintura para baixo, a tapar a área genital. Apesar de continuar irreverente, provocadora e polémica, a cantora americana de 60 anos assume que, nos dias que correm, é uma mulher diferente e mais ponderada. "Agora, que estou mais velha e tenho filhos, penso mais antes de tomar decisões", assegura em entrevista à revista Today.
À medida que se vai multiplicando em entrevistas para promover o novo disco, "Madame X", que será lançado de hoje a um mês, Madonna, que no próximo fim de semana atua no Festival Eurovisão da Canção de 2019 em Telavive, em Israel, uma cidade muito frequentada por lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBT), aproveita também para mandar recados aos membros desta comunidade.
"Eu cresci no interior dos Estados Unidos da América (EUA) e sempre me senti deslocada. A primeira pessoa que me encorajou a ser eu própria e a não ter medo de lutar pelos meus sonhos foi um homossexual [Christopher Flynn, professor de dança]", recordou Madonna em entrevista à publicação. "Vejo-me, por isso, na obrigação de ajudar esta comunidade que tanto me ajudou. Desde o início, estiveram sempre comigo", sublinha a intérprete de êxitos globais como "Don't tell me", "Into the groove", "Vogue" e "True blue". "Faz parte da minha natureza ir contra as normas e desafiar as convenções", reafirma.
"Mas agora, que estou mais velha e tenho filhos, penso mais antes de tomar decisões", explica a cantora que, para fazer a vontade a um filho se mudou para Portugal para que David Banda pudesse profissionalizar-se como jogador de futebol. Ainda assim, não esquece o passado e o flagelo da sida, que vitimou Christopher Flynn e outros dos seus amigos. "Vi muitas crianças perderem os pais e não terem ninguém", recorda Madonna.
"Houve uma altura em que ser gay era a coisa mais perigosa nos EUA. Podiam ser presos, torturados, abusados e até mortos. Não deve ter sido nada fácil para o meu amigo Christopher Flynn, o primeiro homossexual que conheci, ter de o esconder por receio da própria vida", sublinha a intérprete de "I rise", o hino que compôs para a comunidade LGBT no período em que viveu na rua das Janelas Verdes, em Lisboa.
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