Há 17 anos, problemas técnicos no registo das atuações, que acabariam com um processo em tribunal, impediram Madonna de lançar o DVD "Re-invention Tour - Live in Lisbon". Devido às falhas, a gravação dos dois espetáculos que a cantora, compositora, produtora discográfica, realizadora, atriz e empresária deu no Pavilhão Atlântico, atualmente rebatizado Altice Arena, nos dias 13 e 14 de setembro de 2004, acabaria comprometida. Apesar das reclamações dos fãs, essa digressão nunca seria comercializada em vídeo.
Desta vez, a capital portuguesa não surge no nome do novo documentário nem do novo disco ao vivo que a artista norte-americana lança hoje, mas a influência que Portugal teve na vida de Madonna enquanto cá viveu, entre o fim de agosto de 2017 e abril de 2019, faz-se sentir de uma ponta à outra. Para além do registo visual "Madame X", que é exibido esta noite às 20h00 no canal de televisão MTV Portugal, a intérprete de êxitos globais como "Vogue" edita também "Madame X - Music from the theater Xperience" .
Gravado ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, entre os dias 12 e 23 de janeiro de 2020, o novo disco apresenta 20 faixas, incluindo "Fado pechincha", que conta com a participação de Gaspar Varela, bisneto da fadista Celeste Rodrigues e sobrinho-bisneto de Amália Rodrigues, a eterna diva do fado. "Batuka", gravado com as cantoras da Orquestra de Batukadeiras de Lisboa, é outro dos temas do álbum. A trompetista portuguesa Jéssica Pina e o percussionista Carlos Mil-Homens também se fazem ouvir.
A guitarra portuguesa está em destaque em composições como "Killers who are partying" e em "Welcome to my fado club", o segmento do espetáculo em que Madonna recriava em palco uma casa de fados com mesas de madeira e paredes revestidas a azulejo. Iniciada a 17 de setembro de 2019 em Nova Iorque, nos EUA, a digressão promocional de "Madame X", o disco que a artista compôs e gravou enquanto residiu em Portugal, teve 75 apresentações. O último espetáculo foi a 8 de março de 2020 em Paris, em França.
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