Pinto da Costa, de 86 anos, foi o convidado da tarde deste sábado, dia 20 de abril, do 'Alta Definição'. Durante a conversa com Daniel Oliveira, na qual recordou a infância e falou da vida em família, entre outros temas, declamou 'Menino da Sua Mãe', de Fernando Pessoa, que decidiu memorizar durante a pandemia.

Na entrevista começou por dizer que não considera que tenha uma liderança de pulso firme. "Acho que todos aqueles que tenho o prazer de liderar não consideram isso. É uma liderança de conversa, de modéstia", afirmou, revelando que, para si, "é fácil confiar em alguém". "E quando o faço confio absolutamente, não consigo confiar estando de pé atrás".

Pinto da Costa lembrou ainda a infância com os irmãos. "Éramos seis irmãos, dávamo-nos todos bem e sempre que estávamos juntos era uma alegria. Jogávamos futebol, hóquei, jogo da glória..., afirmou, recordando ainda que foi com a mãe que aprendeu uma das qualidades que considera essenciais. "A minha mãe habituou-nos ao rigor. E aprendemos a ser solidários, a ajudarmo-nos uns aos outros. Ainda penso muito nela".

Na mesma conversa, o presidente do FC Porto, que depende do resultado das eleições do próximo dia 27 de abril para permanecer no cargo, recorda ainda o pai e a morte repentina deste, que perdeu a vida com um síncope, em 1977, quando se encontrava dentro do carro, tendo ainda revelado que este desejava para si uma vida diferente.

"Ele pensava que eu iria ser advogado, mas a vida encaminhou-me para outras coisas. Quando nasci, o presidente do FC Porto era meu tio, irmão do meu pai, e era advogado", contou, explicando que não seguiu essa via porque implicaria ter-se mudado para Coimbra e não quis, na altura, sair da cidade do Porto.