Num mundo com o de hoje, não podemos ter tudo o que queremos. Há cortes que têm de ser feitos e que devem ser explicados às crianças. Ensine os seus filhos a fazerem escolhas inteligentes. Faça-os perceber que é importante escolher coisas que realmente interessam. "Ter apenas para ficar numa prateleira não é um comportamento inteligente. Se a criança tiver prendas a mais, reparta-as com quem nada tem para brincar", sugere mesmo Elisabete Mechas, psicóloga clínica, que deixa várias outras recomendações.
Para contrariar o excesso de brinquedos dos tempos atuais, pense em alternativas. "Arranje, como prenda, uma ida ao cinema ou ao teatro ou um passeio, em vez do tradicional jogo ou boneco", aconselha a especialista. "Ensine os filhos a explorar o que os rodeia, a construir, a pensar e a relacionar-se, em vez de pura e simplesmente dar, deixando-os depois sozinhos a descobrir esses objetos materiais", refere. Se tem o hábito de lhe dar mesada ou semanada, também é importante que não fomente o consumismo.
Mais importante do que a quantia de dinheiro que atribui ao seu filho é ensiná-lo a gerir esse valor de modo a evitar gastos desnecessários. Ensine-o a repartir o dinheiro, separando, assim que o recebe, um terço para gastar, um terço para poupar e um terço para ser solidário com os outros. Esse processo de consciencialização social é essencial. "É importante que o seu filho fique a par, desde cedo, dos esforços que toda a família faz para manter a segurança e o bem-estar de todos", aconselha mesmo Elizabete Mechas.
Aprender a poupar é uma aprendizagem que não pode menosprezar. Transmita-lhe a ideia de que há compras que requerem um investimento a longo prazo, como é o caso dos telemóveis e das consolas de jogos que todos habitualmente ambicionam, que não são propriamente baratos. Portanto, se a criança poupar, pode, mais tarde, adquirir o que quer. No caso dos dados de internet, passe-lhe também a noção de que existem limites e plafonds e que esses gastos devem ser efetuados com equilíbrio e moderação.
Texto: Fátima Lopes Cardoso com Elisabete Mechas (psicóloga clínica)
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