1. "Menos é mais"

"Quanto menos houver, mais apreciado é, sem que pareça monótono", explicou à AFP o estilista Matthieu Bobard Delière, da revista Elle.

Este minimalismo surge naturalmente da macrotendência de 2023, o "quiet luxury" (luxo discreto), que propõe uma moda sóbria, sem alardes e logotipos.

A simplificação dá lugar a linhas claras, simples, com cores fortes, ao estilo de Tom Ford na década de 1990.

A Dior apresentou o terno clássico em versão mais curta, chegando ao comprimento de shorts, preferencialmente acompanhado de meias altas.

Os tons voltaram a ser muito terrenos: chocolate, bege, cinza, preto e azul-marinho.

Dior
Dior Desfile Dior. créditos: Geoffroy VAN DER HASSELT / AFP

2. Cowboy moderno

O desfile de Pharrell Williams para a Louis Vuitton, uma homenagem ao velho oeste e aos indígenas, confirmou o regresso do estilo cowboy ao vestuário.

As peças já estão a aparecer nas coleções de outros estilistas, como Dries van Noten e Kenzo, o que mostra que a onda pode chegar às lojas em breve.

Brim, camurça, couro e bordados apareceram em profusão.

Para evitar a apropriação cultural, o brim aparece bordado, a casaco de franjas mistura-se com tons mais apelativos, a bota estilo cowboy das Montanhas Rochosas é arrematada com uma elegante espora de ouro; a gravata-borboleta, ao estilo da usada pelos xerifes, aparece em combinações sem relação aparente.

Da ganga aos chapéus de cowboy, Pharrell Williams leva a Louis Vuitton para o Velho Oeste americano
Da ganga aos chapéus de cowboy, Pharrell Williams leva a Louis Vuitton para o Velho Oeste americano Louis Vuitton. Créditos: EPA/TERESA SUAREZ créditos: EPA/TERESA SUAREZ

3. Mensagem de texto

"Stop Forever", "Bohême", "I will not stay silent" "Who killed Bambi?"... Mensagens às vezes bem-humoradas, às vezes incompreensíveis, apareceram escritas na parte de trás das peças, especialmente nos casacos.

Kidill utilizou-as em homenagem às estéticas punk e grunge, enquanto Walter Van Beirendonck fê-lo para se conectar com as gerações mais jovens, e outros simplesmente para reivindicar a marca da casa, como no caso da Kidsuper.

Walter Van Beirendonck
Walter Van Beirendonck Walter Van Beirendonck créditos: AFP or licensors

4. Desfiles para e por estrelas do desporto

Trata-se de uma tendência que se começa a afirmar nas semanas de moda prêt-à-porter: criar coleções mais jovens e com a colaboração de desportistas de todas as modalidades.

O ídolo da seleção brasileira de futebol Ronaldinho desfilou para a marca americana Kidsuper.

O japonês Mihara Yasuhiro trouxe para o seu desfile animadoras de claque com pompons e o logo "Paris", numa clara alusão aos Jogos Olímpicos de verão de 2024 que terão lugar na capital francesa.

A Louis Vuitton contratou recentemente a estrela do basquetebol LeBron James e o seu amigo, Pharrell Williams, combinou o seu estilo "western" com algumas peças claramente dirigidas a uma plateia que gosta de desporto.

Em desfiles como o de Kidsuper ficou perceptível a presença na plateia de amigos e familiares de celebridades do basquetebol e do futebol americano.

Louis Vuitton
Louis Vuitton Hugo Ekitike e Layvin Kurzawa, ambos jogadores de futebol do Paris Saint Germain, antes do desfile da Louis Vuitton Menswear. créditos: AFP or licensors

5. Mala masculina

Nas passarelas parisienses, nenhum homem sai sem mal. Seja com pochetes cruzadas na altura do peito, tipo baguetes ou para usar debaixo do braço, os homens assumem o seu lado feminino.

Os mestres da peleteria Loewe e Hermès apresentaram malas enormes de couro e lã trançada. Kenzo trouxe a taleiga de pescador. A Dior apostou na pochete. E Mihara Yasuhiro brincou com as formas, apresentando malas no formato de pequenos dinossauros que podem, inclusive, ser penduradas na cintura.

Hermès: sobriedade estética para o homem invernal
Hermès: sobriedade estética para o homem invernal Coleção pronto-a-vestir outono-inverno 2024/2025 da Hermès Menswear na Semana da Moda de Paris. Créditos: ALAIN JOCARD/AFP créditos: AFP or licensors