O designer que tirou a centenária marca espanhola Loewe da decadência optou por repetir a sua fórmula de sucesso: cuidado no tratamento dos materiais, ousadia no conceito e disposição para provocar fãs e especialistas.

O irlandês de 40 anos já tinha dado pistas das suas propostas com vários vídeos nas redes sociais, nos quais se via, entre outros, a estrela de futebol Mbappé a ajustar a sua gravata sem muita habilidade.

O desfile parecia a entrada - ou a saída - de uma festa de formatura universitária em Oxford: os rapazes com laço de smoking, mas sem camisa, apenas com o fraque. Outros vestiam casaco e camisa com jeans desbotados. Nos pés, usavam sapatos tipo pescador com meias brancas.

Um dos destaques vai para as bermudas oversized de estilo cargo, cor-de-rosa vibrante, com muitos bolsos e camadas, recurso não visto há algum tempo, e um corte impecável.

Os cachecóis também serviam de cinto para ajustar as calças. Alguns modelos desfilaram sem calças, mas com cuecas tipo boxers, combinados com uma camisa ou blusa.

 Diretor artístico todo-poderoso

Desde que Christian Dior fundou a maison em 1947, a poderosa marca não tinha por hábito manter o mesmo diretor artístico para as coleções masculina, feminina e alta-costura.

Conhecido pela sua paixão pela arte contemporânea e pelo seu estilo conceptual, Anderson parece pronto para assumir esse desafio.

A expectativa em torno deste primeiro desfile da Dior sob o comando de Anderson era alta. Um grande número de estrelas, como Pharrell Williams (Louis Vuitton), Rihanna, Donatella Versace, Robert Pattinson ou Daniel Craig, marcaram presença no Hôtel des Invalides.

Criador da marca homónima JW Anderson, o irlandês aumentou as vendas da Loewe durante os seus quase 12 anos à frente da casa, entre 2013 e 2025.

No mesmo dia, Willy Chavarría apresenta a sua coleção pela segunda vez em Paris, com o seu street style imponente e completamente oposto ao de Anderson.

Nascido em 1967 na Califórnia, Chavarría é um estilista militante, defensor dos migrantes, da causa homossexual, e que se inspira na moda dos anos 1940. Calças largas, ombreiras, camisas abertas, correntes e adornos são combinados com agasalhos desportivos e ténis de basquetebol.

Chavarría causou sensação há seis meses com um desfile que contou com a intervenção musical do rapper J Balvin, numa igreja em Paris.

O setor de luxo vive momentos de incerteza e mudanças nas direções artísticas em marcas como Dior, Balenciaga e Chanel.

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