Não é apenas dentro de casa que ocorre desperdício alimentar, mas se cada um adaptar medidas para mitigar este problema é possível reduzi-lo de forma eficaz. Segundo um estudo da Comissão Europeia, de 2018, 10% do desperdício alimentar na União Europeia está relacionado com a marcação da data nos produtos alimentares. Em Portugal, estima-se que sejam desperdiçadas, por ano, 1.000.000 toneladas de alimentos.

A campanha #EUChooseSafeFood, da ASAE em conjunto com a EFSA, alerta para a pertinência que este conhecimento tem no desperdício alimentar. De acordo com aquela entidade, “se o seu filho já sabe ler, um dos truques que lhe pode ensinar para reduzir este desperdício, além de garantir que nunca consome um alimento estragado, é muito simples. As embalagens dos alimentos têm a resposta nos rótulos por onde, muitas vezes, apenas passamos os olhos”.

Desta forma, há a saber que:

Se numa embalagem de iogurte encontrar “Consumir até” o alimento não está próprio para consumo após o dia referido. Esta indicação está mais presente em alimentos frescos, como a carne, peixe ou lacticínios – se o seu filho for ao frigorífico buscar um alimento com esta data, deve tê-la em atenção e mandá-lo fora quando tenha sido ultrapassada. Estes produtos deterioram-se ao longo do tempo, tornando-se perigosos para a saúde do consumidor após esse período estabelecido. Desta forma, é necessário reter que quando lemos “consumir até” devemos seguir a indicação para não correr o risco de adoecer.

“Consumir de preferência antes de” tem outra conotação. Enquanto a primeira se refere à segurança do alimento, esta atenta à qualidade. Tal significa que, após a data indicada, o alimento pode ser consumido ainda que a textura ou o sabor possam estar alterados. Por norma, encontra-se em produtos com uma maior durabilidade e que, após a data indicada, não têm necessariamente de ser desperdiçados. Assim sendo, quando bem conservados, estes alimentos podem ser consumidos sem deixarem as pessoas doentes.

Filipa Melo de Vasconcelos, Subinspetora-geral da ASAE e ponto focal da campanha em Portugal, reforça que “ao estarmos conscientes desta importante diferença, sabemos o que devemos deitar fora, quando o alimento representa um efetivo risco para a saúde, e o que ainda podemos consumir em segurança. Assim é possível adaptar os nossos hábitos diários para mitigar o desperdício alimentar defendendo com confiança a saúde de todos os que habitam connosco. É importante a sensibilização das crianças desde cedo para comportamentos seguros em relação à sua alimentação”.