Em 2050 haverá menos cerveja e será mais cara. A culpa é das alterações climáticas. Segundo um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, o aquecimento gobal ameaça afetar a produção de cerveja nas próximas décadas. Em países como a Alemanha, a Holanda e a Bélgica, que figuram entre os maiores produtores do mundo, os períodos de seca e as ondas de calor serão responsáveis por uma redução de 40% do cultivo de cevada.

De acordo com a investigação, a produção mundial de cevada, um dos principais ingredientes utilizados no fabrico desta bebida, deverá diminuir 17% na sequência de fenómenos climáticos extremos como os que se têm vindo a registar. Na República Checa, outro dos grandes produtores cervejeiros, à semelhança do que se prevê para a Alemanha, a Holanda e a Bélgica, a quebra deverá rondar os 38%. No Brasil e no leste de África, essa percentagem deverá aproximar-se dos 20%.

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"A descida significativa do fornecimento [global] de cevada provocará alterações substanciais no consumo e no preço da cerveja", admitiu já publicamente Steven Davis, um dos autores da investigação. Apesar da China ser o maior consumidor mundial da bebida, os irlandeses são os que mais litros ingerem por pessoa por ano e, consequentemente, os que mais poderão vir a sofrer com o aumento dos preços que, segundo os autores do estudo, poderão subir entre os 43% e os 338%. A confirmarem-se as previsões, o consumo global de cerveja registará uma quebra na casa dos 16%.

Serão menos 29.000 milhões de litros ingeridos. De acordo com uma nova análise de mercado, nos próximos quatro anos, o consumo de cerveja preta é o que deverá registar um maior aumento mundial, na ordem dos 6%. No período 2020-2024, no seguimento do crescimento da procura, este segmento de mercado gerará um volume de negócios na casa dos 42,7 mil milhões de dólares, cerca de 36,6 mil milhões de euros, muito por culpa dos millennials globais, apreciadores desta bebida.