Quem, entre 5 e 16 de junho, visitar o Mercado de Alvalade, na capital, vai encontrar uma banca bem nutrida de produtos da Beira Interior, mais concretamente do Fundão. Queijos, enchidos, vinhos e a cereja de Alcongosta, freguesia daquele concelho, são as estrelas desta iniciativa que visa assinalar um mês inteiro de festa dedicado àquele fruto, um dos pilares da economia daquele território.
Para assinalar estas jornadas em torno da cereja, Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, fez em Lisboa a apresentação das iniciativas que localmente, e à escala nacional, visam promover e dar a provar um produto que contribui para as contas do Fundão com 20 milhões de euros anuais, o que inclui todos os subprodutos criados em torno da cereja, como pastéis, bombons, gelados, licores.
Cereja que, inclusivamente se constitui como marca (Cereja do Fundão), com valores associados à sustentabilidade, responsabilidade social e condições de trabalho. Paulo Fernandes sustentou na sua apresentação que a Cereja do Fundão, “que tem visto a área de cultivo aumentar 10% ao ano”, chega ao consumidor com a garantia de responsabilidade ambiental, proveniente de produção integrada e com a chancela de comércio justo. “Uma grande parte do valor pago pela cereja fica nas mãos dos produtores locais. O objetivo é encurtar o circuito entre a produção e o consumo”, referiu o autarca.
Para o efeito a autarquia criou uma organização de produtores da Beira Interior, a Cerfundão, entidade que permite “reduzir o número de intermediários, colocando os produtores em contacto direto com o mercado grossista”, sublinha o edil.
Por esta altura do ano, com o mês de maio quase fechado no calendário, saem dos pomares do Fundão as primeiras cerejas rumo a diversos mercados, nomeadamente o nórdico, com capacidade para pagar a bom preço, próximo dos 50,00 euros o quilo, estas cerejas que inauguram a época. Mais tarde irão alimentar o mercado nacional, mas também o Chile, Brasil, Angola, Inglaterra, Países Baixos. Um bom ano de cerejas pode render perto de oito mil toneladas deste fruto, informa a autarquia.
Cerejas que no fim de semana de 8 a 10 de junho abrem o calendário de iniciativas com a Festa que lhes é dedicada, em Alcongosta. Momento para conviver com a população desta freguesia que conta com perto de 2500 hectares de cerejais. Degustação de cerejas, venda e prova das mesmas a fresco ou em subprodutos, comboio turístico, passeios de balão de ar quente são apenas alguns dos destaques do programa da iniciativa.
Prolongando-se por um mês, entre 1 de junho e 1 de julho, decorre mais uma edição do festival gastronómico “Fundão aqui come-se bem – Sabores da Cereja”. Jornadas de cozinha à mesa de restaurantes locais (lista de restaurantes a anunciar em breve) que apresentam pratos em torno deste fruto, cuja origem geográfica se situa no continente asiático. Em edições anteriores, os comensais tiveram a oportunidade de degustar pratos como gambas flamejadas com cereja, bacalhau com crosta de cereja e broa, peito de pato com cerejas salteadas, tigelada de cereja, arroz doce de cereja ou apenas com umas cerejas frescas.
Também à mesa, mas de todo o país, entre 15 e 30 de junho tem lugar mais uma edição, a sexta, da Rota Gastronómica da Cereja do Fundão. O modelo de iniciativa mantém-se análogo a anos anteriores. Chefes de restaurantes de diferentes regiões portuguesas recebem cerejas do Fundão e, com estas, preparam pratos inspirados neste fruto. Alguns dos restaurantes já confirmados para esta edição são a Tasca da Esquina, Loco, O Prado, À Justa, Quorum e Feitoria, todos em Lisboa; Pedro Lemos, Euskalduna e Cantinho do Avillez, no Porto; L'And, no Alentejo; e São Gabriel e Vila Joya, no Algarve.
A 10 de julho, numa ação que se repete anualmente, as cerejas do Fundão irão ser distribuídas a bordo de todos os voos da Tap. Nesse dia, os passageiros receberão uma caixa com as cerejas que despontaram em Alcongosta. Uma campanha emocional que visa criar laços com aquele território.
Nesse sentido, o município convida, ainda, a apadrinhar uma cereja in loco. Isto com a garantia de que, anualmente, enquanto a árvore não dá fruto “o padrinho recebe uma caixa de cerejas em sua casa. Posteriormente poderá ir ao Fundão colher as suas próprias cerejas”.
Iniciativas que no terreno contam, ainda, com atividades como passeios de balão de ar quente sobre os cerejais, piqueniques nos pomares de cerejas e comboio turístico. Para obter mais informações sobre estas atividades pode o visitante dirigir-se ao Posto de Turismo, instalado na Rua 5 de Outubro, n.º 11 A, na zona histórica do Fundão.
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