Se aproveitou a hora de almoço para ir ao ginásio, e ficou sem tempo para almoçar, a sanduíche é a solução para ter ao mesmo tempo uma refeição ligeira, equilibrada e até gastronómica.
A sanduíche tem por base o pão, alimento sacralizado, de que o homem se alimenta desde tempos imemoriais. Milhares de anos antes da nossa era já se conheciam os pães ázimos. Os egípcios foram, sem sombra de dúvida, os primeiros a utilizar o fermento no pão. Mas foram os gregos que melhor aproveitaram este conhecimento, desenvolvendo a cultura do pão, cozendo-o de várias formas e juntando-lhe outros ingredientes. É muito possível que os gregos tenham conhecido muitos dos pães de que hoje desfrutamos e consideramos novidade.
A sanduíche não tem que ser obrigatoriamente duas fatias de qualquer pão unidas por “qualquer coisa”. Hoje temos à disposição uma tão grande variedade de pães que a dificuldade está na escolha. Não é fácil também definir o que é um bom pão. Começando pelos nossos: poderemos dizer que o pão de Mafra com os seus enormes alvéolos é superior ao compacto e saboroso pão alentejano? Digamos que, quer se use como cereal o trigo, o centeio ou até o milho, o pão tem que ter um ar apetitoso. Depois é escolher de entre a larga oferta em padarias, supermercados e até boutiques o que melhor se adapta a cada situação.
Hoje, chegam-nos pães de todas as partes do mundo. A comprida baguette francesa, pães redondos mais ou menos volumosos, completamente planos e estaladiços, de que é exemplo o pão sueco, escuríssimos como o pumpernickel alemão, até aos que, para nos facilitar a vida, se abrem em bolsa como a pita grega. A acrescentar há ainda os de fantasia, enriquecidos com frutos e sementes. Todos se prestam à confeção de sanduíches quer familiares, quer até, ouso dizer, chiques.
Para a situação acima mencionada, será uma boa escolha um pãozinho redondo polvilhado com sementes de sésamo, ou de cominhos ou de papoila. Corte uma tampa ao pãozinho e retire-lhe o miolo; espalhe no fundo lascas de atum e acabe de o encher com rodelas de ovo cozido e de tomate bem escorrido (ou três tomates-cereja), lascas de pimento verde e uma ou duas azeitonas. Para mais sabor, uma folha de manjericão cortada em tirinhas, ou orégãos.
Regue com um pouco de vinagreta com mostarda. Tape com a tampa do próprio pão e espete um palito na vertical trespassando o recheio. Agora é só embrulhar em película aderente, apertando bem e meter na malinha.
Não arrisca? Então deite a vinagreta num frasquinho que feche bem e tempere na altura de comer.
Maria de Lourdes Modesto, in “Coisas que eu sei” (págs. 67-68).
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