Esta modalidade de corrida, que é uma forte tendência em vários países europeus, está a tornar-se cada vez mais popular. Correr com os pés descalços reúne atletas que preferem deixar os ténis de lado para ter o contacto direto com o chão. Já tinha ouvido falar nesta modalidade? Acha que pode ser uma boa opção?

A modalidade desenvolveu-se a partir da teoria de que o corpo tem um sistema próprio de amortecimento, o que dispensaria o uso de sapatos especializados. No decorrer da evolução, o ser humano adaptou-se para correr longas distâncias sem qualquer tipo de calçado. Até os anos 80, quando os ténis de corrida surgiram, era comum que os praticantes não usassem nada ou apenas sandálias simples de couro nos pés.

A questão é, correr descalço ou calçado?

Prós:

Alguns médicos afirmam que como o corpo já está preparado para a atividade, ténis de corrida com amortecedores e as diferenças entre os diversos modelos causam o enfraquecimento dos pés. O contacto dos pés com o chão fortalece os músculos que são responsáveis pelo controlo do impacto. Além disso, os sapatos forçam a posição do movimento da base do pé a inverter-se. Na corrida descalça, o peito do pé chega ao chão antes dos calcanhares. Com os ténis, o calcanhar chega primeiro.

Os defensores da técnica afirmam ainda que os sapatos especializados podem ser responsáveis por lesões e que o corpo se beneficiaria mais com o contato direto com chão. Outro benefício apontado por eles é o fortalecimento dos pés, a modalidade promoveria  a correção da postura do praticante (devido à melhor sustentação do corpo) e um gasto inferior a 5% de energia. Esses fatores combinados evitariam a fadiga e contribuiriam para que o atleta tivesse um melhor desempenho.

Leia também:

Novas tendências desportivas

Contras:

Enquanto alguns médicos recomendam a prática, outros são absolutamente contra, afirmando que a transição pode ser muito prejudicial. Na visão de alguns especialistas, o calçado é crucial para a prevenção de lesões e redução dos riscos da corrida. E tal mudança precisaria de ser avaliada com mais critério. Em pessoas acima dos 40 anos, por exemplo, as articulações já passaram por desgastes degenerativos, e a corrida descalça poderia acelerar o processo. Também existem estudos que mostram  que não ocorre a poupança de energia citada pelos defensores da prática e outros que mostram que apesar do impacto dessa forma de corrida ser menor, ela pode provocar maior rigidez nos tornozelos.

Para o médico ortopedista Dr. Ubiratan Brum o calçado especializado traz o fortalecimento e o enfraquecimento de diferentes áreas dos pés. Eles podem, por exemplo, facilitar o apoio do calcanhar, mas prejudicar o arco plantar do pé. “O corpo humano foi preparado ao longo de milhares de anos para a corrida, seja descalço ou com calçados planos como sandálias e mocassins”, explica. O especialista avalia que a questão sobre a corrida descalça é natural, mas que são necessários mais estudos.

Mas lembre-se: antes do início de qualquer atividade física é importante conversar com um especialista. Apenas ele lhe poderá indicar o exercício mais apropriado e a melhor forma de executá-lo, dependendo do seu físico e das suas necessidades.

Veja ainda:

20 musas do fitness que tem de seguir