Foi há 14 anos que Grace Kelly, filha de um italiano e de uma venezuelana descendente de indígenas, soube que sofria de doença de Crohn, uma patologia inflamatória crónica que afeta milhares. Na altura, tinha apenas 22 e já residia em Portugal, para onde veio viver com a mãe após a morte do pai, há cinco. Muitos meses de mal-estar levaram-na a repensar todo o seu estilo de vida, como revela em testemunho à edição deste mês da revista Prevenir.
"Estive quase quatro meses internada. Foi dos momentos mais difíceis da minha vida. Passei noites sem dormir, a pensar como iria viver com a doença", recorda. "O meu corpo começou a enfraquecer, fruto da doença e dos efeitos secundários do tratamento. Emagreci muito", desabafa. "Ao mesmo tempo que vivenciava estas situações, comecei a ler sobre medicina ayurvédica e homeopatia, universos pelos quais sempre tive curiosidade", conta.
"Decidi experimentar, primeiro, a homeopatia e, mais tarde, a medicina ayurvédica, que me ajudou muito ao nível da alimentação. Comecei a mudar a minha dieta e, hoje, acredito que esta alteração alimentar foi determinante na minha recuperação", afirma a professora de ioga e empreendedora de 36 anos.
A mudança não foi, contudo, abrupta nem imediata. "Primeiro, eu tornei-me vegetariana, deixando progressivamente de comer carne. Tem de ser gradual para o corpo se ir ajustando", realça Grace Kelly.
"Depois, em 2011, quando engravidei dei o passo seguinte e tornei-me vegan. E, ao contrário do que se costuma pensar, a alimentação vegan é muito variada. Com leguminosas como o feijão, por exemplo, podemos fazer croquetes ou hambúrgueres e, com farinha de grão-de-bico, [fazemos] bolos incríveis. Não há nenhuma razão para não sermos vegan se aquilo que nos impede é acharmos que vamos ter uma alimentação monótona", realça a venezuelana.
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