Num projeto de resolução que será hoje entregue na Assembleia da República e ao qual a agência Lusa teve acesso, o grupo parlamentar do CDS-PP faz 15 recomendações ao Governo no âmbito das doenças oncológicas, incluindo que sejam retomados "urgentemente os rastreios de base populacional dos tipos de cancro com maior incidência, abrangendo todo o território nacional".
"Há que de realizar amplas campanhas de sensibilização, apostar fortemente na prevenção, os rastreios de base populacional dos tipos de cancro com maior incidência têm de ser urgentemente retomados em todo o território nacional e os seus resultados enviados, em tempo real, para as respetivas unidades de saúde permitindo um diagnóstico precoce, decisões multidisciplinares e encaminhamento imediato do doente", defendem os deputados.
Os centristas pedem também que seja assegurado que "todos os doentes oncológicos têm acesso aos melhores cuidados de saúde, sejam eles meios complementares de diagnóstico e terapêutica, consultas, tratamentos, cirurgias ou reabilitação, cumprindo-se os tempos máximos de resposta garantidos".
Neste âmbito, o CDS-PP defende "consultas atempadas, tanto nos cuidados de saúde primários, como nos cuidados hospitalares", acesso "a todos os tratamentos e cirurgias indicados" e que, "enquanto não estiver ultrapassada a pressão a que o Serviço Nacional de Saúde está sujeito em consequência da pandemia de covid-19", que o Governo contratualize estes cuidados com os setores privado e social.
O grupo parlamentar centrista quer que seja assegurado "o adequado seguimento e vigilância dos doentes oncológicos sobreviventes", e também que seja dado "o devido apoio às famílias e cuidadores dos doentes oncológicos implementando, também, medidas especialmente direcionadas aos cuidadores de doentes oncológicos em idade pediátrica".
Nesta iniciativa, os parlamentares democratas-cristãos pedem mais investimento no tratamento do cancro "até que se atinja, pelo menos, a média per capita da União Europeia", bem como uma aposta "na investigação e tratamento de cancros raros".
Ainda no que toca à investigação, querem "estudos exaustivos relativos ao impacto da pandemia de covid-19 nas doenças oncológicas" por forma a "acautelar a minimização das consequências nefastas que se adivinham para os próximos anos", e que seja promovida "a atratividade de Portugal na realização de ensaios clínicos".
Neste projeto de resolução, o CDS-PP assinala que, segundos dados de 2018 do Instituto Nacional de Estatística, "o cancro é a segunda causa de morte em Portugal" e refere que o Governo "reconheceu que a pandemia causou grandes constrangimentos à planificação adequada dos rastreios oncológicos".
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