“Na situação de emergência e de contingência em que o país se encontra, a primeira prioridade é massificar a vacinação para atingirmos a meta de vacinar mais de 70% da população de Cabo Verde em 2021″, afirmou Ulisses Correia e Silva, ao apresentar na Assembleia Nacional o Programa do Governo para a legislatura (2021/2026), que obriga à votação de uma moção de confiança.

De acordo com o primeiro-ministro, até ao momento já foram vacinadas contra a covid-19 um total de 41.616 pessoas em Cabo Verde, correspondente a 11% da população elegível (com mais de 18 anos).

“Com um número significativo de vacinas chegadas recentemente, prevê-se que até agosto possamos ter vacinado um total de 200 mil pessoas, correspondente a 52% da população elegível. Mais vacinas chegarão ao país para podermos atingir a meta definida”, afirmou Ulisses Correia e Silva.

Acrescentou que na conjuntura atual, a segunda prioridade assumida pelo Governo passa pelo “relançamento da economia e o emprego”.

“No quadro das medidas de emergência económica e social, o Governo acionará o Conselho de Concertação Social para a celebração de um Acordo de Médio Prazo orientado para a recuperação e o relançamento da economia”, assumiu Ulisses Correia e Silva.

Defendeu que “a retoma do turismo está no centro das prioridades para o relançamento da economia e do emprego”, por ser “o setor mais afetado pela pandemia e pelo impacto que tem na economia do país”.

“É nesse sentido que destacamos a aceleração e a intensificação da vacinação nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista para, concomitantemente com a vacinação nas outras ilhas e a redução significativa do número de casos positivos, podermos fazer o país entrar nas listas verdes dos países liberados para receber turistas. Ao mesmo tempo, estaremos em condições de emitir passaportes sanitários para os nossos cidadãos”, apontou.

“Cabo Verde é dos países do mundo mais seguros para o turismo. Cabo Verde será brevemente um país seguro do ponto de vista sanitário e um país com um turismo com oferta mais diversificada, mais desconcentrada e com maior impacto sobre a economia de cada uma das ilhas”, disse ainda Ulisses Correia e Silva.

Perspetivando “efeitos estruturantes”, revelou que o Governo “reforçará as ações para a melhoria do ambiente de negócios e a competitividade para tornar Cabo Verde um país mais empreendedor, mais atrativo ao investimento privado e com mais oportunidade de emprego”.

A terceira prioridade assumida no parlamento por Ulisses Correia e Silva “é eliminar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta”, prevendo o alargamento de vários apoios sociais às famílias mais carenciadas.

“Definimos como objetivo criar as condições para um país sem pobreza extrema, com mais igualdade, equidade de género e inclusão e com menos assimetrias regionais”, apontou o primeiro-ministro.

A quarta prioridade revelada pelo chefe do Governo passa por “aumentar a resiliência do país e diversificar a economia”, ao nível do desenvolvimento do capital humano, da transição energética, da estratégia da água para a agricultura, da ação climática, do turismo sustentável, da economia azul, da economia digital e da indústria.

A quinta prioridade do Governo para a legislatura “é dotar Cabo Verde de um bom sistema de segurança, um bom sistema de Justiça e um bom sistema de Saúde”.

“O Programa do Governo que agora se apresenta acontece sob o signo da resiliência e da confiança em Cabo Verde, no seu povo. É um compromisso político que se enquadra numa ambição maior que é a Agenda 2030, que visa atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, explicou o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva, também líder do Movimento para a Democracia (MpD), renovou a maioria parlamentar nas eleições legislativas de 18 de abril, assumindo a necessidade de fazer reformas em Cabo Verde.

“Nesta legislatura que agora se inicia, é importante que o sistema político e, particularmente o Parlamento, esteja comprometido e engajado com reformas que o país tem que realizar, com particular incidência sobre matérias que exigem maioria reforçada parlamentar”, disse ainda.