“A tecnologia Microbe Shield Z-71 tem sido aplicada em cenário real e com resultados muito positivos, como é o caso do Metro de Londres. Este cliente já existia antes da atual pandemia, pelo que nos foi permitido ver a aplicação do produto e realizar testes reais, para além dos laboratoriais que atestam a eficácia do produto”, garantiu o representante da marca em Portugal, Miguel Alves.
Em causa está a notícia avançada pela TSF na terça-feira, de que a Direção-Geral da Saúde (DGS) considera que “não existe evidência científica” de que o Microbe Shield “seja eficaz” contra o novo coronavírus.
Também a Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Groquifar) afirmou, numa resposta escrita enviada à Lusa, que o produto não foi testado “em condições representativas do contexto real onde será aplicado”.
Segundo a associação, o Microbe Shield apenas está certificado pela norma europeia EN14476, que “quantifica a atividade virucida dos desinfetantes” e não faz uma “avaliação da eficácia virucida”.
No entanto, numa resposta escrita enviada à Lusa, Miguel Alves referiu que a ação duradoura do desinfetante “está comprovada por testes de eficácia realizados por entidades independentes e credenciadas”.
“Quando aplicado numa superfície, o Microbe Shield Z-71 forma uma película protetora que erradica cargas microbianas de largo espectro - como bactérias, vírus e fungos - e diferentes agentes patogénicos - como MRSA, Escherichia coli, Salmonella, Virus H3N2, MERS, Virus PSA, entre outros, numa duração de até 30 dias”, indicou.
Desta forma, acrescentou, o produto “prolonga a redução do risco de contaminação” e “mitiga a transferência do vírus através das superfícies”.
Contudo, o representante alertou que o desinfetante “não garante, por si só ou isoladamente, o fim de qualquer pandemia”.
Segundo Miguel Alves, a Zoono “cumpriu com os procedimentos de notificação junto das autoridades competentes” em Portugal, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária, estando autorizada como biocida de tipo dois (desinfetante que não entra em contacto com alimentos) e de tipo quatro (usado em superfícies que entrem em contacto com alimentos).
De acordo com a informação divulgada, o Microbe Shield começou a ser comercializado em Portugal em março, estando a colaborar atualmente com cerca de 45 clientes.
Devido à pandemia da covid-19, o Microbe Shield foi o escolhido por várias empresas de transporte para desinfetar os seus veículos ou instalações, como foi o caso do Metropolitano de Lisboa, do Metro do Porto, da Transtejo e Soflusa (transporte fluvial), da CP, do Grupo Rodoviário do Tejo e da ANA Aeroportos.
Já na área da saúde e social, a empresa tem como clientes o INEM e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
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