"Não vejo ainda sinais claros no sentido do planeamento de uma nova dose de reforço contra a COVID-19 e é fundamental a preparação para uma quarta dose", disse Ricardo Baptista Leite, uma das vozes do Partido Social Democrata (PSD) mais ouvidas no contexto pandémico, em entrevista ao SAPO Lifestyle.
"Nós temos percorrido este caminho de regresso à normalidade da vida sem restrições nem limitações na nossa convivência social graças à vacinação", frisou.
"Não podemos facilitar neste campo. Já vimos que a partir do quarto ou quinto mês de vacinação começa a diminuir a proteção imunitária, sobretudo para a população em maior risco: os mais idosos e pessoas com outras doenças. O planeamento desde já é fundamental para não perder os ganhos que já foram adquiridos", reforçou.
Em relação ao facto de a taxa de vacinação para a dose de reforço ser mais baixa do que a taxa de vacinação completa, Ricardo Baptista Leite insiste que é preciso chegar às populações. "Houve muita gente que fez as primeiras duas doses e que optou por não fazer a terceira. Há aqui uma necessidade de informação, para garantir que as pessoas compreendam que a nossa vida em sociedade e sem as limitações que foram tão difíceis e impostas durante a pandemia, é possível", assevera.
"Mas para isso é preciso que todos façam a sua parte através da vacinação, enquanto não tivermos outros instrumentos, como o tratamento ou a vacinação de longa duração, que nos permita não ter que pensar mais neste assunto", acrescenta.
Uso de máscara deve cair
Relativamente ao uso de máscara em espaços interiores, o médico sugere que "a partir do momento em que nós verificarmos uma diminuição da incidência de casos ou verificarmos que o número de casos não tem o impacto a nível hospitalar, a Direção-geral da Saúde deve iniciar a fase de eliminação de todas as restrições, inclusivamente o uso de máscara".
"A primavera representa um momento oportuno para o fazer, no sentido em que as pessoas passam a fazer uma vida mais fora dos espaços fechados e, portanto, temos aí um conjunto de largos meses que nos permite diminuir e mitigar o risco, ao mesmo tempo que, naturalmente, a DGS vai fazendo a monitorização de todos os dados. Se houver a emergência de uma variante de alto risco que ultrapasse a capacidade de defesa da vacinação, tudo tem que ser equacionado.
A COVID-19 provocou pelo menos 5.914.829 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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