"A análise mostra que as ordens de encerramento tendem a ter um efeito maior na mobilidade das mulheres, em particular no momento de encerramento de escolas. Isso sugere que as mulheres têm uma carga desproporcional nos cuidados infantis que pode pôr em perigo as suas oportunidades de emprego", destacou o FMI no relatório publicado hoje.
Esta análise dos efeitos económicos do "Grande Confinamento" é um dos capítulos do Relatório com as Previsões Económicas Globais que o FMI vai publicar na totalidade na terça-feira.
Em concreto, os peritos do FMI analisaram dados anónimos de mobilidade proporcionados pela empresa de telecomunicações Vodafone, com variáveis de género e idade.
Ao estudar esses números, concluiu-se que o efeito sobre as mulheres era 2% maior, uma "diferença modesta, mas estatisticamente significativa", segundo o FMI.
No relatório, também é apontado que as gerações adultas mais jovens foram mais atingidas a nível económico do que as mais velhas, principalmente por terem tipos de trabalho menos qualificados e menos protegidos.
Nas suas recomendações, o FMI pede que os países-membros protejam os mais vulneráveis com políticas sociais para que a desigualdade não aumente e encontrem formas de apoiar a atividade económica compatíveis com o distanciamento social requerido pela pandemia, por exemplo.
"Embora os confinamentos tenham custos económicos a curto prazo, podem abrir caminho para uma recuperação mais rápida ao conter a propagação do vírus e reduzir a necessidade de distanciamento social ao longo do tempo, podendo ter resultados positivos na economia", considera o FMI.
A publicação deste capítulo antecede o início da reunião anual conjunta do FMI e do Banco Mundial, que será de 12 a 18 de outubro e que este ano vai decorrer por videoconferência devido ao impacto da pandemia.
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