“O que é que é importante? É perceber que, hoje em dia, temos muito mais ferramentas para gerir a pandemia do que tínhamos há uns tempos. Não é só a questão da vacinação que vai fazendo o seu caminho, mas também o facto de dispormos agora de um certificado covid”, afirmou o ministro.

“Se podemos usar um certificado covid para nos deslocarmos para outro país, também faz sentido que possamos usar o certificado covid para frequentar alguns espaços e algumas atividades que de outra maneira estariam encerrados”, sustentou.

Pedro Siza Vieira falava hoje aos jornalistas em Vouzela, no distrito de Viseu, à margem da inauguração da empresa Carbon Team, que produz quadros de carbono e outros componentes de bicicleta em fibra de carbono, e que investiu em Vouzela oito milhões de euros para montar esta fábrica e criou 120 postos de trabalho.

O governante disse que “o crescimento do número de contágios muito significativo” do vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, atualmente, “tem a ver com a variante delta que é extremamente contagiosa e está, sobretudo, a atingir aquelas camadas da população que ainda não estão vacinadas”.

Um assunto que, sublinhou, é “sério” e, por isso, tem de se encarar “a sério esta questão, que não está a acontecer só em Portugal”.

“A alternativa a não estender o certificado covid à restauração era ter a restauração fechada”, realçou.

“Eu acho que o esforço que fizemos ontem [quinta-feira] e que vamos continuar a fazer nas próximas semanas, é de gerir o risco de contágio de uma maneira que nos permita, ao mesmo tempo, conciliar a realização em segurança de atividades, porque estamos a olhar para a situação concreta de cada pessoa que procura frequentar um restaurante ou aceder a um estabelecimento hoteleiro de uma maneira que represente um risco reduzido para os outros”, argumentou.

Pedro Siza Vieira reconheceu que, “eventualmente, vai haver algumas dificuldades no arranque, é normal”, ainda assim, o Governo preferiu “tomar uma decisão de, imediatamente permitir que a restauração nos concelhos de risco muito elevado possa funcionar ao fim de semana, já neste fim de semana, com estas capacidades, a alternativa era permanecerem encerrados”.

Neste sentido, defendeu que vai ser necessário, “obviamente, algum tempo de ajustamento”, mas isso “vai resolver-se, vai ser cada vez mais fácil, à medida que mais gente vá ficando vacinada, vai ser mais fácil, à medida que os testes, e autotestes, forem mais abundantemente distribuídos, por exemplo, nos supermercados para os venderem”.

“Isto tenderá a normalizar. Nós ainda não controlámos a pandemia, ainda temos um risco sério para a saúde de muitos dos nossos concidadãos e temos de levar isto a sério, portanto, isto é uma tentativa de, mantendo o alerta de que é preciso manter os nossos cuidados em matéria de proteção individual e da comunidade, tentar permitir o mais possível que as atividades se possam fazer, sempre com o mesmo propósito, o máximo de proteção com o mínimo de limitações”, concluiu.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.013.756 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.142 mortos pessoas e foram registados 902.489 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.