Características comuns
Os certificados de aforro e os depósitos a prazo têm algumas características comuns, embora sejam produtos distintos. Podemos destacar algumas:
- Objetivo – O objetivo de quem poupa nestes dois produtos costuma ser a preservação de capital. Ou seja, a preocupação é aplicar o dinheiro em soluções que não tenham risco de capital, embora tal se traduza numa taxa de retorno potencialmente mais baixa do que outras alternativas;
- Risco – Associado ao objetivo, o risco das duas aplicações é teoricamente zero. Se os certificados de aforro série F têm atualmente o máximo de investimento de 100.000€, os depósitos a prazo gozam da proteção do fundo de garantia de depósitos até esse montante. Em ambos, não existe o risco de perda do capital investido até esse montante.
- Liquidez – A liquidez é a possibilidade de resgatar rapidamente o capital aplicado. Em ambos os casos, pode resgatar rapidamente o capital, embora possa ter perda de parte ou da totalidade dos juros corridos.
Vantagens dos certificados de aforro
Os certificados de aforro são produtos de aforro do Estado, pelo que gozam de uma proteção teoricamente maior do que os produtos de outras instituições. Queremos destacar algumas vantagens dos certificados de aforro, nomeadamente:
- Taxa de juro – A taxa de juro dos certificados de aforro é definida por uma fórmula que conhecemos à partida. É certo que o Estado pode querer alterar a fórmula ou as regras, mas para tal precisa de criar uma nova série. Não pode simplesmente mudar as regras das séries já criadas. Assim, ao subscrever certificados de aforro saberá como é calculada a taxa, algo muito importante porque as taxas alteram-se com muita frequência. Por outro lado, sabemos que os bancos são rápidos a descer taxas e lentos a subir, o que faz com que a atratividade dos certificados de aforro aumente nestas alturas;
- Prémio de permanência – Os certificados de aforro beneficiam quem aplica o dinheiro para prazos mais alargados. Assim, se deixar o seu dinheiro nos certificados mais de 2 anos, começará a receber um prémio de permanência que acresce à sua taxa de juro, entre 0,25% e 1.75%;
- Mínimo de Investimento – Pode aplicar o seu dinheiro em certificados de aforro a partir de 100€. Assim, podemos dizer que estas soluções estão disponíveis para a generalidade das famílias.
- Prazo mínimo – O prazo mínimo de aplicação do seu capital é de 3 meses. Nos primeiros 3 meses não pode resgatar o capital, sendo que a partir dessa altura pode sempre resgatar o seu dinheiro, mesmo que tenha perda de juros. Por outro lado, recebe juros de 3 em 3 meses, pagando os respetivos impostos nessa altura, o que acaba sendo um fator negativo.
Os certificados de aforro são melhores do que os depósitos a prazo?
Por todos os argumentos acima referenciados, os certificados de aforro tendem a ser, maioria das vezes, mais interessantes do que os depósitos a prazo. Entrámos recentemente nessa altura, dado que os bancos estão a cortar as taxas dos seus depósitos em resposta às previsões de cortes nas taxas de juro na Europa (já agora, pode fazer sentido perceber como vão evoluir as taxas de juro na Europa). Por enquanto, as taxas dos certificados estão fixadas nos 2.50%, dado que a taxa EURIBOR a 3 meses está ainda acima desse valor. Espera-se que estas taxas se venham a reduzir, mas nessa altura as taxas praticadas pelos bancos deverão estar ainda mais baixas.
Porque é que ainda não tivemos uma corrida aos certificados de aforro? Bem, talvez porque a diferença entre as taxas de juro de ambos os produtos não seja muito significativa. Ou por alguma inércia dos aforradores em Portugal. Certo é que, nesta altura, a solução de aforro do Estado tem uma relação risco/retorno muito mais interessante.
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