
A Páscoa é, para muitas pessoas, um momento de celebração, de reencontros e de partilha à volta da mesa, sendo fortemente associada aos doces, como os ovos de chocolate ou as amêndoas. No entanto, esta é também uma altura que exige um olhar atento sobre alguns riscos escondidos por detrás dos pequenos prazeres desta época.
É um facto que o açúcar é um dos principais obstáculos à saúde oral. Este alimenta as bactérias naturalmente presentes na boca que, por sua vez, produzem ácidos capazes de afetar o esmalte dentário. Este processo enfraquece os dentes e pode levar ao aparecimento de complicações como a cárie dentária. Face a esta realidade, além de ser importante controlar a quantidade de açúcar consumido – especialmente numa época como esta –, é também relevante compreender quais os hábitos essenciais para minimizar os riscos, especialmente nas crianças, cujos dentes estão ainda em fase de crescimento.
Ter alguns cuidados com a saúde oral não implica abdicar totalmente dos doces na altura da Páscoa. De facto, o essencial é garantir que este consumo é moderado e que são cumpridos alguns hábitos simples, mas fundamentais.
Uma das estratégias mais eficazes para garantir que a saúde oral não é comprometida durante a Páscoa é reservar o consumo de doces para momentos específicos do dia, de preferência após as refeições principais. Nesta altura, a produção de saliva é maior, o que ajuda a neutralizar os ácidos e a proteger os dentes de forma natural. Ao mesmo tempo, manter uma boa higiene oral, com a escovagem dos dentes pelo menos duas vezes ao dia e a utilização de fio dentário é crucial para garantir uma higiene oral eficaz. Estes hábitos são particularmente importantes e devem ser realizados cerca de 30 minutos após o consumo dos doces, de forma a garantir que a saliva tem tempo de equilibrar o pH da boca, sem correr o risco de contribuir para o processo de desmineralização dos dentes.
Para reduzir os riscos nesta altura, a escolha dos doces é também importante. Optar por chocolate preto pode ser uma boa estratégia, por ter menos açúcar e, por isso, ser menos prejudicial para os dentes do que os chocolates de leite ou recheados. Evitar doces pegajosos, como gomas e caramelos, pode também ser benéfico, uma vez que estes se colam aos dentes e são mais difíceis de remover, aumentando o risco de cárie. Ao comer as típicas amêndoas é igualmente importante fazê-lo com cuidado, visto que morder alimentos rijos pode causar fraturas dentárias.
Outro hábito que pode ajudar bastante é beber água com frequência. A água contribui para a limpeza da boca entre escovagens e estimula a produção de saliva, pelo que deve ser ingerida entre o consumo de doces. No caso das crianças, este comportamento pode ser incentivado ao garantir que cada doce é intercalado com um copo de água, por exemplo. Desta forma, os efeitos dos açúcar são mitigados, sem implicar necessariamente uma Páscoa sem ovos ou amêndoas.
Esta é uma altura que pode – e deve – ser doce, mas é essencial garantir que o consumo de açúcar é controlado e consciente. Ao adotar pequenos cuidados preventivos, é possível proteger os dentes sem abdicar dos prazeres desta celebração. Porque manter um sorriso saudável vale muito mais do que qualquer ovo de chocolate.
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