Em entrevista à agência Lusa, hoje que se assinala o Dia Nacional de Luta contra a Paramiloidose, a responsável pela UCA, Teresa Coelho, explicou o objetivo traçado para este ano de reforço de articulação com hospitais locais, identificados no projeto como “centros de proximidade”.
Covilhã, Seia, Barcelos e Braga, locais ou regiões onde esta doença tem alguma presença, os hospitais já foram contactados a preparam-se para receber doentes.
“Para nós é um alívio enorme, para os colegas das várias regiões que também lidam com a doença e com situações a ela associada também é útil, e os doentes ganham comodidade e proximidade. Há ganhos para todos os lados”, descreveu.
A paramiloidose foi detetada em 1939 pelo médico Corino de Andrade em zonas piscatórias de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.
Foi o médico português quem descreveu pela primeira vez esta doença que tem como principais sintomas perda de peso e de sensibilidade.
Até aqui os tratamentos à paramiloidose só eram feitos nos dois centros de referência do país, na UCA do Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUSA), no Porto, e no Hospital de Santa Maria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), em Lisboa.
Mas em fevereiro este modelo de reforço local foi testado na Figueira da Foz com, disse Teresa Coelho, “muito sucesso”.
“Os pacientes estão muito satisfeitos porque é muito menos incómodo para eles e os colegas estão contentes por participarem e contribuírem. Aqui existia uma sobrecarga de vagas porque tínhamos doentes aprovados para começar tratamento e não sabíamos onde os acomodar”, descreveu a neurologista e neurofisiologista.
A extensão dos tratamentos a mais hospitais além da Figueira da Foz – que já recebeu 12 quer desse concelho e de vizinhos como de Montemor, Cantanhede e da Marinha Grande – deverá estar pronta até ao verão.
Teresa Coelho conta que a partir de setembro já seja possível tratar a paramiloidose em Braga, Barcelos, Covilhã e Seia e que o número de hospitais a aderir aumente.
No total, a responsável estima transferir para os hospitais de proximidade entre 40 a 50 doentes.
Com esta medida, os doentes deixam de ter de fazer as deslocações de três em três semanas para o Porto, apesar de os pacientes continuarem a ser acompanhados no centro de referência do Norte em consultas anuais ou de seis em seis meses, bem como em situações complexas.
O projeto envolve várias especialidades da neurologia à medicina interna.
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