“Analisando as consequências da sua decisão (…) e antecipando a cacofonia prejudicial à resposta que inevitavelmente resultará desta decisão, eu apresento-lhe a minha renúncia às funções de ministro da Saúde”, escreveu Ilunga numa carta enviada hoje a Tshisekedi e que partilhou na plataforma Twitter.
Na sua carta de demissão, Ilunga comparou a resposta ao vírus como uma “guerra”, referindo que as linhas de comando devem estar “claramente identificadas e definidas”.
“Não pode haver mais um centro de decisão sob o risco de criar confusão e cacofonia prejudicial”, acrescentou Ilunga.
Nomeado em dezembro de 2016 pelo então chefe de Estado congolês Joseph Kabila, Oly Ilunga foi o responsável pelo anúncio do surto, em agosto de 2018.
Desde então, 1.737 pessoas morreram devido à febre hemorrágica, principalmente na região de Beni e Butembo, segundo o mais recente boletim do Ministério da Saúde congolês, emitido esta madrugada.
No domingo, a presidência da RDCongo anunciou que um comité de especialistas iria passar a assegurar a coordenação do combate ao Ébola “sob a direção do professor Jean-Jacques Muyambe Tamfum”.
O anúncio de que o combate ao Ébola está sob a alçada do Presidente Félix Tshisekedi aconteceu três dias depois da OMS ter elevado a epidemia ao nível de “urgência de saúde pública de interesse internacional”.
Na sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde portuguesa desaconselhou as viagens à República Democrática do Congo e sugeriu, nos casos de viagem indispensável, que se lave e descasque fruta e vegetais antes de consumir, e que se evite carne de caça.
Este surto, o segundo mais mortífero na história, é apenas ultrapassado pela epidemia que entre 2014 e 2016 atingiu a África Ocidental e que matou mais de 11.300 pessoas.
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