Um enfermeiro aufere, desde janeiro de 2019, menos cerca de 100 euros por mês do que devia e, noutro caso, a diferença ultrapassa os 250 euros mensais. Os casos são denunciados pelo SINDEPOR.
"É uma situação absolutamente inqualificável, inadmissível”, critica Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR). "
"Já encontrámos situações lamentáveis em várias instituições, mas o Hospital de Santarém comprova que pior é sempre possível, não só por não pagarem o que é devido aos enfermeiros promovidos em 2019, mas por outros problemas que detetámos", lamenta o sindicalista.
Entre esses problemas detetados está o facto de os enfermeiros terem visto desaparecer o registo das horas extra em dívida, quando realizaram horário em espelho, sofrendo um "apagão" dessas horas.
"Não acredito que o hospital não tenha o registo das horas extras de cada enfermeiro; a informação não está é disponível para os profissionais”, aprecia Carlos Ramalho, que aconselha os enfermeiros a "recusarem a realização de horas extras até a situação ficar resolvida".
No Hospital de Santarém existe ainda um grupo de enfermeiros que trabalha diariamente das 8h00 às 16h00. No início de junho foram informadas, sem serem auscultadas, da alteração de horário e passaram a realizar o horário das 8h00 às 15h00. Ninguém foi ouvido nesta alteração, inclusive os sindicatos.
Este grupo de enfermeiras, com mais de 50 anos de idade, alerta que a decisão unilateral dos responsáveis da instituição irá acarretar a realização de mais horas extra e aumento do absentismo. "Não existe qualquer tipo de reconhecimento e agradecimento em relação a estas enfermeiras, que até trabalhavam mais tempo diário do que aquele que a lei manda e que acabam por ser ainda pior tratadas", aponta Carlos Ramalho.
O SINDEPOR visitou recentemente o Hospital de Santarém, não apenas para confirmar as situações descritas, mas também para reunir com responsáveis da instituição, sem que tenha obtido resposta a esse pedido. O sindicato solicitou ainda reuniões com os responsáveis do hospital, mas sem sucesso.
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