De acordo com a Liga Portuguesa contra o Cancro, “o Dia Mundial do Cancro é a oportunidade para Organizações de todo o mundo se unirem sob uma mesma causa e falarem a uma só voz.”
A população mundial está a envelhecer mais rapidamente do que nunca e tudo indica que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos deve duplicar, o que significa o aumento da probabilidade em aumentar o número de pessoas idosas com cancro. Sabemos que aproximadamente 37% dos novos casos de cancro em todo o mundo são diagnosticados em pessoas com mais de 70 anos, e a previsão é que esse número duplique até 2040.
O mais recente estudo sobre cancro em Portugal, divulgado pelo Registo Oncológico Nacional 2019 no final de 2022, revelou que entre 2010 e 2019 a taxa de incidência destas doenças subiu quase 20%. O mesmo estudo chama a atenção para a idade crítica dos doentes, quer para homens quer para mulheres, que se apresenta entre os 60 e os 74 anos.
Com base nestas tendências, que indicam que estas doenças irão representar um peso significativo para cuidadores, famílias, comunidades e sistemas de saúde em todo o mundo, acredito que é muito importante que instituições da sociedade civil assumam também o compromisso de contribuir com projetos ou atividades focadas nos doentes oncológicos sénior, que os ajudem a enfrentar os desafios do envelhecimento e do cancro, e a melhorar a sua jornada enquanto doentes.
Segundo dados da Direção Geral da Saúde, em Portugal, as doenças oncológicas são a principal causa de anos de vida potencialmente perdidos ajustados para a morbilidade, e representam a segunda causa de mortalidade, afirmando-se, assim, como uma das principais prioridades para os próximos anos, tanto em Portugal como na União Europeia.
As doenças oncológicas têm ainda mais expressão se considerarmos as lacunas existentes no que respeita ao nível de acesso a tratamentos inovadores e assimetrias regionais nos cuidados no nosso país, conferindo ainda mais importância às iniciativas das organizações privadas para apoiar nestas áreas.
Para além da importância do investimento em investigação, tão bem representada na área da oncologia em Portugal, é necessário ainda garantir o apoio e promover melhores cuidados aos doentes e familiares/prestadores de cuidados.
Não tenho dúvidas de que é fundamental para a indústria farmacêutica, enquanto parceiros com o compromisso de desenvolver tratamentos inovadores, capazes de marcar a diferença e de alargar a esperança média de vida, estarem ao lado das pessoas que lidam com estas doenças e com os prestadores de cuidados de saúde. É nossa missão contribuirmos para que seja possível encontrar a melhor forma de enfrentar o peso crescente do cancro em especial nas populações mais idosas e facilitar o diálogo para identificar soluções políticas concretas na abordagem às necessidades das pessoas idosas com cancro. Acredito que unidos neste propósito conseguiremos alcançar melhores resultados.
Acredito que apenas unindo esforços será possível melhorar a vida das pessoas no que à saúde diz respeito e não posso terminar sem reforçar que o apoio às pessoas com cancro continuará a exigir uma forte união na construção de parcerias e colaborações mais duradouras e mais inovadoras.
Um artigo de Marisol Garcia Pulgar, General Manager da Unidade de Cuidados Especializados da Sanofi.
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