Tanto a osteoporose, que afeta já cerca de 800 mil portugueses, como as fraturas que são a sua consequência e que afetam cerca de 40 mil portugueses por ano, estão intimamente relacionadas com a falta de atividade física e imobilidade e com a falta de sol e consequente diminuição da vitamina D. Assim sendo, é importante que assumamos neste período de confinamento hábitos saudáveis, como a realização de atividade física (alongamentos, levantar e sentar de uma cadeira 10 vezes seguidas, por exemplo) - pode encontrar mais informações de possíveis exercícios no site Ossos Fortes.
Apesar de as mulheres terem três vezes mais probabilidade de terem osteoporose, independentemente da idade e do sexo devemos também ter uma dieta equilibrada, rica em cálcio não só para promover a nossa saúde óssea, mas também a nossa saúde mental. Um dos fatores que mais contribui para esta prevalência na mulher a partir dos 50 anos, deve-se à alteração hormonal provocada pela menopausa. A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e deterioração da arquitetura do osso, o que pode originar o aumento do risco de fraturas. Esta pode assim ser uma doença muito perigosa, porque muitas das vezes a fratura de fragilidade ou fratura osteoporótica pode acontecer com um simples movimento mais brusco. É, portanto, muito importante fazer um diagnóstico e tratamento precoce desta doença, de forma a evitar efeitos irreversíveis e perda de qualidade de vida.
A osteoporose é uma patologia que pode existir durante vários anos até que se manifestem os primeiros sintomas. Assim é importante que se esteja atento a fraturas resultantes, ou não, de quedas, perda de altura na ordem dos 2,5 cm, curvatura das costas com aparecimento de corcunda e ombros descaídos.
Não nos devemos esquecer que devido ao grande número de casos, a osteoporose e as fraturas osteoporóticas traduzem-se num relevante e grave problema de saúde pública, uma vez que são a causa de um importante aumento da morbilidade e mortalidade - cerca de 20 a 25% das pessoas que sofrem uma fratura de anca morrem no primeiro ano pós-fratura - e uma perda da função e qualidade de vida prévia em até 60% dos doentes.
Além disso são responsáveis por elevados custos monetários para os doentes e suas famílias, bem como por custos suportados pelo Serviço Nacional de Saúde, que rondam os 211 mil milhões de euros, apenas no que concerne a fraturas de anca.
Em termos de tratamento, os medicamentos atualmente existentes têm atuações com objetivos diferentes – podem ser para reduzir a perda de densidade do osso ou para estimular a formação óssea ou ambos. Estes tratamentos podem ter várias fórmulas (injeções ou comprimidos) e ser administrados com intervalos diferentes, por exemplo, todos as semanas, de seis em seis meses ou anualmente.
Quanto mais cedo começar a prevenir a osteoporose, maior será a probabilidade de a evitar ou de reduzir a sua principal consequência – a fratura. Sendo assim uma das formas de prevenir a osteoporose é através da ingestão de alimentos com cálcio, um dos minerais que o corpo humano mais necessita.
Quando não há ingestão das quantidades necessárias, não existe fixação nos ossos, provocando a redução de massa óssea. Também a vitamina D desempenha um papel importante na prevenção, uma vez que é responsável pela absorção do cálcio nos ossos, pelo que é recomendado a exposição solar entre 10 a 20 minutos diários. O exercício físico e hábitos de vida saudáveis são fundamentais e contribuem para a prevenção da osteoporose. A sua prevenção é imperiosa!
Um artigo da enfermeira Andréa Marques, do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
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