Estima-se que a hipertrofia mamária virginal afete entre 1 a 5% das adolescentes.
A causa do desenvolvimento descontrolado da mama ainda não foi determinada, porém, a hipótese mais consensual é aquela que defende uma “sensibilidade” aumentada do tecido mamário aos níveis de hormonas femininas do organismo. Estas aumentam muito os seus valores na adolescência e daí o inicio dos sintomas.
Não há nenhum teste diagnostico específico para esta patologia, contudo a ecografia mamária e/ ou a mamografia são essenciais para a avaliação da mama e, sobretudo, para excluir outras doenças. É também de grande importância a investigação da história familiar no que respeita a doenças da mama, incluindo o cancro da mama.
No exame físico, importa avaliar ambas as mamas em todos os seus quadrantes para excluir a presença de nódulos ou outras irregularidades. Muito vezes é comum observar nestas doentes, duas depressões na área do ombro, causadas pelo sutiã.
Sintomas osteoarticulares e alterações na pele (vermelhidão, pequenas feridas, comichão) podem surgir. Veias proeminentes nos seios pendulosos também são comuns.
O tratamento da hipertrofia mamária virginal combina as vertentes médica e cirúrgica e envolve uma equipa especializada (Cirurgia Plástica, Psicologia e Pediatria) dada a complexidade da patologia e o seu impacto na vida da jovem adolescente.
A redução cirúrgica do volume da mama é o tratamento de eleição, mas muitas vezes insuficiente.
Mesmo depois da cirurgia, a mama, frequentemente, volta a crescer. Assim, é importante que os procedimentos cirúrgicos sejam criteriosamente selecionados e que preservem, se assim for possível, a forma e a função mamárias.
Um artigo da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética na Clínica Ana Silva Guerra.
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