Parece que não há outro tema em Portugal que não seja o desenvolvimento da pandemia do coronavírus. Realmente não é caso para menos. As consequências são difíceis de avaliar, mas para já é claro que o mundo não vai ficar igual e que, na generalidade, vamos ter enormes desafios pela frente. Um deles é claramente o seguinte: como sobreviver com um Serviço Nacional de Saúde (SNS) pós pandemia?

Depois da tempestade não virá logo a bonança

A palavra crise deixa-nos a todos inseguros. No entanto, há sempre uns otimistas que falam de crise como uma oportunidade e ainda bem que procuram ver o outro lado da moeda. Neste contexto, a crise vai gerar oportunidades para os privados e não para o SNS. Nós, enquanto utilizadores deste serviço, podemos prepararmo-nos para essa nova forma de gerir a saúde.

Oportunidade para os privados

Já há muito tempo que se fala que o SNS está pelas costuras. Com o esforço extraordinário que se está a fazer face a um cenário de pandemia, não é difícil perceber que vão ter de ser encontradas outras respostas que vão para lá das unidades públicas de saúde. Ao pensar com realismo no “day after” ao surto estar controlado, diria que podemos ter as seguintes certezas sobre Portugal:

  • Recessão económica;
  • Aumento do desemprego;
  • Serviços públicos com escassez de recursos;
  • Serviço Nacional de Saúde em estado de ressaca e a precisar de recuperação urgente.

Como nos podemos proteger de um SNS mais frágil?

O primeiro passo é encontrar alternativas que não nos deixem dependentes dos centros de saúde e hospitais públicos. Para isso é essencial rever a importância que damos aos seguros de saúde. Alguns portugueses consideram que o encargo com este tipo de serviço não é prioritário porque, melhor ou pior, há sempre o SNS. O problema é que a situação que estamos a viver é extraordinária e parece-me que esse custo no nosso orçamento deverá ser entendido como prioritário, pois é um investimento que no futuro poderá dar-nos resposta a situações de emergência.

Como escolher um Seguro de Saúde?

Deixo aqui três critérios importantes que deve ter em conta:

1. Perceber o que se está a contratar

O que é realmente um seguro de saúde? De forma simples, é um produto de proteção que nos compensa monetariamente por despesas médicas, sejam elas de ambulatório ou de hospitalização. Como segurado continuamos a pagar alguma coisa, mas é um valor muito baixo face ao montante que a seguradora paga ao hospital e/ou ao médico. Já o Plano de Saúde é bastante diferente. No fundo, funciona como um cartão de desconto nos encargos médicos que, apesar de ter algumas vantagens - como não ter períodos de carência - não é um Seguro de Saúde.

2. Comparar alternativas

Nem todos os seguros são iguais e é preciso distinguir as coberturas que uma companhia oferece face a outra aparentemente igual. Saber ler as cláusulas para perceber todas as condições em que o pode utilizar e quais as exclusões previstas é um trabalho que pode não ser simples. É preciso estar atento. Comprar apenas prémios de seguro não é tudo.

3. Escolher um pacote que possa suportar

Além de termos de ter consciência que nem todos os seguros cobrem o mesmo, também é preciso perceber que há uns mais competitivos que outros. Neste aspeto é importante conhecer o mercado e saber negociar com as seguradoras os melhores pacotes. Se não tiver espaço no orçamento, veja como poupar dinheiro estando em casa.

Talvez a forma mais eficaz de cumprir com estes três critérios seja contactar uma mediadora que trabalhe neste ramo, pois esta terá acesso à oferta generalizada que há no mercado, saberá comparar alternativas e será isenta na apresentação de propostas.