28Nos dias que correm, é (praticamente) impossível escapar-lhe. "Estamos sempre sob algum stresse, o que é sinal de que estamos vivos. O problema é o stresse demasiado elevado, que tem consequências negativas, ao nível psico-fisiológico e comportamental, refletindo-se no desempenho, além de ser responsável pelo aparecimento de doenças", alerta Paulo Motta Marques, psicólogo clínico.
Como sugerem os autores do livro "Marketing pessoal", crie um diário de tempo, e registe as tarefas atuais e o tempo que cada uma lhe consome. Este diário permite-lhe fazer a análise do dia a dia e detetar o que poderá fazer em menos tempo. No seu horário laboral, fracione o tempo em períodos de 30 minutos e coloque as tarefas que desempenhou em cada período.
Esta divisão permite-lhe perceber se está a desperdiçar tempo. É nas dificuldades do quotidiano que se desenvolve a argúcia profissional. Tony Schwarz, autor do livro "The way we're working isn't working", lembra que "muitas mulheres continuam a trabalhar mais do que os homens". Aquilo a que o sociólogo Arlie Hochschild chamou de o segundo turno.
"Todos os dias, as mulheres vêem-se a braços com tarefas familiares de difícil execução e grande responsabilidade, além de terem empregos em tempo inteiro", sublinha o especialista. Para encontrar o ponto de equilíbrio entre a vida familiar e a profissional, autor do bestseller do New York Times, considera que é prioritário as mulheres cuidarem de si e da sua imagem.
"Isto significa dormir o suficiente, ter tempo para praticar exercício e fazer atividades que adora", refere. "É difícil lembrar-se de si mesma se está sempre ocupada a tratar dos outros. Respeitar as suas necessidades irá ajudá-la a cuidar melhor daqueles que ama e serve e torna a vida mais preenchida", assegura o especialista.
O apoio da família
Teresa Correia de Lacerda, economista, confessa que a gestão do equilíbrio é um dos maiores desafios que enfrenta diariamente. "Ao nível familiar, a minha vida é muito preenchida. O segredo está em ter um verdadeiro parceiro como marido, partilhando responsabilidades e tarefas, e no envolvimento das minhas filhas nas minhas atividades profissionais", diz.
"Por exemplo, já me acompanharam a reuniões de trabalho ou a viagens ao exterior. As minhas fronteiras entre profissão e família são muito flexíveis e adaptam-se face às necessidades. Mas a prioridade é e sempre foi a família", assegura.
Os conselhos de um psicólogo clínico
Aprenda a gerir a pressão. Estes são, segundo Paulo Motta Marques, psicólogo clínico, os comportamentos que deve adotar no seu quotidiano laboral:
- Fale mais sobre o que sente do que sobre o que pensa
- Não se isole
- Reserve tempo para si, para fazer atividades de que gosta ou não fazer nada
- Desenvolva uma atitude positiva
- Seja realista. Sob stresse tende-se a dramatizar e a sobrevalorizar as situações, alterando a perceção de si própria e dos outros
Texto: Fátima Lopes Cardoso com Olivier Röhrich (professor na área da liderança e programação neurolinguística), Paulo Motta Marques (psicólogo clínico e professor em psicologia das organizações) e Teresa Correia de Lacerda (economista)
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