A indústria da chamada Fast Fashion [Moda Rápida] é uma das mais poluentes no mundo. Numa era em que estamos constantemente a substituir os nossos pertences, a culpa não é só dos consumidores - uma vez que as empresas estão constantemente a seduzir para a compra de produtos que na verdade não necessitamos.
As tendências, que não são exclusivas da moda, criam-se a um ritmo alucinante e ficamos com a sensação de que para 'estar na moda' é necessário atualizar o guarda-roupa regularmente. Verdade também é que a roupa e o calçado duram cada vez menos, obrigando o cliente a realizar uma nova compra, fazendo assim parte de um ciclo vicioso.
As fábricas que servem estas empresas de moda produzem uma enorme quantidade de resíduos industriais, que na sua maioria terminam em aterros. Estima-se que em Portugal acabem no lixo mais de 200 mil toneladas de têxteis por ano. Em todo o mundo, este número chega aos milhões, de acordo com a empresa Last Sole.
As águas contaminadas provenientes das fábricas entram na equação deste problema, uma vez que a maioria acaba por ser despejada nos rios e, por conseguinte, no mar, colocando em risco milhares de espécies marinhas.
Os químicos utilizados na indústria têxtil e de calçado são igualmente prejudiciais para os insetos, tais como as abelhas, essenciais na manutenção de ecossistemas saudáveis. De acordo com vários estudos publicados, a sua extinção poderá colocar em risco a própria alimentação humana.
O segredo por detrás dos preços baixos da Fast Fashion e como prejudica a nossa saúde
A Fast Fashion é a produção em massa de roupa a um baixo custo. Para que isso seja possível, as fábricas que produzem a roupa para gigantes têxteis têm sedes, essencialmente, em países como a China, Bangladesh, Índia ou Camboja, onde os direitos laborais são duvidosos.
Nestes países, os operários trabalham mais de 12 horas por dia e estão sujeitos a condições precárias, sendo que o salário é substancialmente mais baixo comparado ao europeu. Pior, em algumas fábricas, a exploração de trabalho infantil é uma realidade.
Várias organizações ambientais, entre as quais a Greenpeace, já alertaram para as substâncias tóxicas na composição de roupa e calçado, podendo conter químicos cancerígenos. Num inquérito feito em 2015, concluiu-se que cerca de 40% das roupas são raramente usadas. E em alguns casos, nunca lhes era retirada a etiqueta.
Soluções?
A boa notícia é que ainda vamos a tempo de reverter o impacto ambiental que estamos a provocar. Para isso é importante fazer escolhas mais sustentáveis, priorizando a qualidade em detrimento da quantidade.
Ter menos peças de roupa ajuda-nos a simplificar as nossas rotinas e, principalmente, o nosso armário. Criar um guarda-roupa apenas com artigos de que gostamos significa passar menos tempo a procurar.
Comprar em segunda mão é uma boa maneira de reduzir a pegada ecológica e tem vindo a aumentar de popularidade, tal como os espaços vintage e solidários. Sabe quem também ganha com estes método? O clientes, uma vez que os preços são mais acessíveis.
Doar ou reciclar serão sempre, sempre, melhores opções do que deitar roupa ao lixo.
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