Em declarações à agência Lusa, André Julião, encarregado de educação, coordenador do MESA e um dos organizadores da marcha e do cordão humano realizados hoje na Portela, em Loures (distrito de Lisboa), para exigir retirada de amianto das escolas, disse que “só faltam ultimar algumas questões formais para que a queixa seja entregue”.

“Estamos também a aguardar pelo resultado da queixa que entregámos em maio à Provedoria de Justiça contra o Ministério da Educação por inação na retirada do fibrocimento degradado, contendo amianto, nos vários estabelecimentos escolares”, indicou.

Sobre a marcha e o cordão humano, André Julião referiu que o objetivo é chamar a atenção para a problemática do amianto, que ainda existe em muitas escolas.

“Existe não só nas escolas da Portela, mas também em Camarate, São João da Talha, Unhos, Sacavém e muitas outras nos concelhos de Vila Franca de Xira e Odivelas. Temos também tido contactos de escolas de Mira Sintra e do Seixal. Isto é um problema a nível nacional. Nós temos de chamar a atenção por esta via, uma vez que não conseguimos fazê-lo pela via formal, para que o ministério entenda que este tema tem de ser uma prioridade”, disse.

O coordenador do MESA contou que o movimento tentou ser recebido pelo ministro da Educação, mas não obteve resposta.

“Nesta altura em que vai entrar um novo ministro, deixamos aqui um apelo especial para que o próximo tenha mais sensibilidade para com este problema, que possa ouvir a comunidade escolar, que dê a atenção que o problema merece e tome medidas”, realçou.

André Julião salientou que este é um problema de saúde pública e tem de ser resolvido no imediato.

Também Íria Roriz Madeira, da associação ambientalista Zero, destacou, em declarações à Lusa durante a realização da marcha, a urgência de se fazer um levantamento e a divulgação de uma lista atualizada de edifícios, instalações e equipamentos públicos com presença de materiais contendo aquela substância.

Centenas de alunos da Escola Básica 2,3 Gaspar Correia e Secundária da Portela e Moscavide, na Portela de Sacavém, fizeram hoje uma marcha e um cordão humano no Centro Comercial da Portela para exigir a retirada de amianto daqueles estabelecimentos de ensino.

A ação de protesto foi organizada pelos movimentos ESPeloClima, que integra alunos da Escola Secundária da Portela, e Escolas Sem Amianto, da qual fazem parte professores e encarregados de educação do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide (distrito de Lisboa).

O protesto tem por objetivo alertar e exigir para a necessidade de se remover de imediato todo o amianto que existe nas escolas portuguesas, nas quais estão incluídas a Escola Básica Gaspar Correia e a Secundária da Portela.