Após projetar um retrato em preto e branco de Issey Miyake, que morreu no Japão aos 84 anos, o desfile começou com uma solenidade, com vestidos sóbrios também a preto e branco.

Em seguida apareceram bailarinos com vestidos esvoaçantes da cor da pele para se unirem numa dança onírica aos modelos, como Miyake fazia nos anos 1990, algo inusitado na moda parisiense.

Miyake sempre colaborou com companhias de dança, como William Forsythe, para quem criou o figurino do seu ballet, "The Loss of Small Detail", em 1991.

A coleção apresentada na sexta-feira inspirou-se na escultura e integrou elementos e texturas próprias desta arte.

Há silhuetas tridimensionais, executadas com uma única peça de roupa, ou estampados criadas a partir de formas em argila, aplicadas à mão sobre as peças para dar-lhes relevo e textura.

As curvas dominaram a padronagem, mas também havia volumes angulosos, como para proteger o corpo.

A paleta foi ampla: do cinza ao bege, passando também pelo verde, o azul e o malva.

A Issey Miyake usou nesta coleção uma fibra inovadora, uma limitação "vegetal" do poliéster para evitar o uso do petróleo.