A autoestima é muitas vezes subvalorizada pelas pessoas e limitada ao velho cliché “se eu não gostar de mim, quem gostará?”. No entanto, ninguém nos ensina como fazê-lo, sobretudo em situações difíceis em que andamos à deriva e não sabemos sequer como entrámos num ciclo de desamor connosco próprios, quanto mais como sair dele. Também não nos ensinam que ter a nossa autoestima baixa pode ter implicações no nosso desempenho cognitivo e motor, podendo levar a quadros clínicos diversos.

Quando alguém não se sente bem consigo próprio, é mais provável que possa vir a sofrer de ansiedade e depressão, perturbações alimentares e até abuso de substâncias.

A baixa autoestima rouba-nos a identidade, a confiança, as relações, a liberdade, e faz-nos criar uma narrativa interna irrealista, disfuncional e perigosa.

O diálogo interno torna-se negativo e repetitivo (“Eu não consigo fazer nada!” “Eu não valho nada!”), interferindo com a nossa capacidade de nos concentrarmos nas atividades diárias, levando-nos a cometer mais erros.

Qualquer um de nós pode aumentar a autoestima, evitando conversas internas negativas e desafiando as próprias crenças negativas. Sentirmo-nos mal sobre quem somos só compromete o nosso bem-estar e a nossa qualidade de vida.

Se está pronto/a para começar a se sentir melhor consigo mesmo, aqui estão seis estratégias para colocar em prática a partir de hoje.

  1. Identifique os pensamentos negativos que tem sobre si e tente lembrar-se de situações em que eles são “ativados”. Isso vai permitir-lhe identificar contextos, pessoas ou situações específicas e, juntamente, com o seu psicólogo, poderão desconstruí-los e ter ferramentas para lidar com eles, sempre que está nesses contextos, ou com essas pessoas em particular.
  2. Faça uma lista das suas melhores características. Elas irão lembrá-lo(a) que é uma pessoa com qualidades e que essas qualidades podem ser potenciadas em situações em que a sua autoestima é beliscada.
  3. Identifique as atividades que lhe dão prazer ou que gostaria de experimentar. Fazermos algo que gostamos melhora o nosso estado de espírito e permite-nos dirigir a atenção para algo positivo, interrompendo o fluxo de pensamentos negativos.
  4. Sempre que possível, afaste-se de pessoas que o fazem sentir inferior ou sem valor. Essas pessoas não estão a acrescentar-lhe nada. Rodeie-se de pessoas agradáveis e que são um bom suporte para si.
  5. Ajude outras pessoas. A sensação de sermos úteis aumenta o nosso valor pessoal e cria uma sensação de bem-estar que afasta qualquer pensamento negativo. Através da ajuda ao próximo, conseguimos perceber que temos valor.
  6. Procure um profissional que o ajude a criar um plano de ação que envolve autoconhecimento, regulação emocional e comunicação – pilares fundamentais da autoestima.

Gostar da pessoa que somos exige, antes demais, autoconhecimento. O acompanhamento psicológico pode trazer benefícios inestimáveis para a nossa autoestima, em particular, e para a nossa qualidade de vida, no geral. Procure um profissional com o qual se sinta seguro.

Um artigo da psicóloga clínica Laura Alho, da MIND | Psicologia Clínica e Forense.