A psicogenealogia e a terapia transgeracional dedicam-se a estudar estes fenómenos, olhando tanto para os legados familiares positivos, como para os disfuncionais, através de uma abordagem sistémica e integrativa. A identificação dos principais eventos, traços e características do teu sistema familiar vai permitir que te “caiam muitas fichas”, levando-te a novos entendimentos que podem trazer muitos benefícios para o teu dia-a-dia. 

Construir um genossociograma, a árvore genealógica feita de memórias, investigando-se os vários aspetos que permitam chegar a conclusões sólidas, é muito enriquecedor e transformador. Esta ferramenta é incrível e permite que vás conhecer mais sobre ti, sobre os teus, produzindo assim um maior bem-estar e leveza.

Estamos todos interligados e conectados. As feições, as profissões, os talentos, os feitios passam de geração em geração. Os traumas, as dores, os segredos, as exclusões também. Repetimos padrões, por amor e lealdade invisível, muitas vezes, do mesmo modo e nas mesmas datas. E, até serem trazidos à consciência, os mesmos factos podem repetir-se, uma e outra vez. 

Somos muito menos livres do que pensamos. Carregamos histórias que não são nossas. E fazemo-lo sempre por amor. Mesmo que, às vezes, a um preço elevado. 

Quando nascemos, não somos um livro em branco. Antes de nós, viveram milhares de antepassados, com as suas histórias e vivências, alegrias e dores. Nós somos porque eles foram. 

São tantos os exemplos. Mesmas profissões, que se repetem de geração em geração, como forma de reparar um trauma. Uma avó que morre a dar à luz, registando o sistema familiar que dar à luz é perigoso, pelo que as gerações seguintes preferem não ter filhos ou têm um medo enorme em engravidar. Acidentes que se repetem na mesma data e com as mesmas características. 

Significa isto que estás destinada/o a reviver as experiências e legados disfuncionais dos teus antepassados? Claro que não!

Podes sempre ressignificar a tua história. E, para isso, precisas de conhecer a tua herança!

Explora a tua família. Quais os eventos mais significativos da tua vida, dos teus pais, avós maternos e paternos, bisavós? Que vivências tiveram, quais os seus sonhos e desejos, traumas e segredos? Qual sentes ser a tua função dentro do clã? Com quem te sentes mais ligada/o?

Sentes as borboletas na barriga? Então confia e mergulha neste mundo sistémico. 

Como dizia Confúcio, “Se queres prever o futuro, começa por estudar o passado” 

Deixo-te assim este convite! Olha para ti e para os teus. Torna-te (mais) livre e leve. E toma o destino da tua vida nas tuas mãos.

Um artigo de Sara Larcher, Terapeuta Sistémica e Integrativa.