Na segunda-feira (27.05), a OMS indicou que o burnout, um conceito comummente traduzido como "esgotamento profissional", tinha sido incluído na nova Classificação Internacional de Doenças.

A lista é baseada nas conclusões de especialistas de todo o mundo e é utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde.

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Mas um dia depois, nesta terça-feira (28.05), um porta-voz pronunciou-se para fazer uma correção e explicou que o burnout já estava na classificação precedente, no capítulo "Fatores que influenciam a saúde", sendo por isso um fenómeno e não uma patologia.

"A inclusão neste capítulo significa precisamente que o burnout não é conceitualizado como uma condição médica, mas como um fenómeno ligado ao trabalho", escreveu o porta-voz numa nota enviada à imprensa.

A inclusão neste capítulo significa precisamente que o burnout não é conceitualizado como uma condição médica, mas como um fenómeno ligado ao trabalho

O responsável precisou apenas que a definição do burnout "foi modificada à luz de investigações atuais".

O problema foi descrito como "uma síndrome resultante de um stress crónico no trabalho que não foi administrado com êxito" e que se caracteriza por três elementos: "sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida".

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O registo da OMS explica que o esgotamento "se refere especificamente a fenómenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida".

A nova classificação, chamada CIP-11, publicada ano passado, foi aprovada durante a 72ª Assembleia Mundial da OMS e entrará em vigor no dia 1 de janeiro de 2022.

A Classificação de Doenças da OMS estabelece uma linguagem comum que facilita o intercâmbio de informações entre os profissionais da área da saúde ao redor do planeta.

Burnout e depressão

O burnout pode afetar indivíduos "normais", no sentido de não terem uma depressão ou qualquer outra patologia prévia, mas pode cursar em simultâneo com uma depressão.

A síndrome de burnout foi pela primeira vez descrita pelo psiquiatra e psicoterapeuta americano, Herbert Freudenberger, em 1974.

O médico constatou que alguns dos seus colaboradores numa clínica para toxicodependentes apresentavam, após um ano de atividade, desmotivação, queixas somáticas (dores nas costas, problemas gastrointestinais, dores de cabeça…), problemas de humor (irritabilidade, cólera, disforia…), intolerância ao stress e eram incapazes de gerir novas situações.