Em declarações aos jornalistas à margem do 38.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, Lacerda Sales enfatizou que o Governo está a olhar “com muita atenção” para o Programa de Intervenção Operacional de Prevenção Ambiental da Legionela (PIOPAL).

“Vamos reforçar a nossa atenção a esta questão da legionela. Há uma nova estratégia que até o final do ano sairá por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com o INSA [Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge]”, referiu.

Lembrando que se está a entrar “na época da legionela”, o governante disse que ainda na quarta-feira teve uma reunião com os presidentes das administrações regionais de saúde, com o presidente do INSA e com a DGS, para preparar a nova estratégia.

Estamos a olhar com muita atenção para o PIOPAL, um programa que revisita toda esta questão da legionela, quer através da monitorização, quer através da fiscalização de instituições de saúde”, disse ainda.

Questionado pelos jornalistas acerca do inquérito ao surto de legionela que há um ano atingiu o norte do país, provocando 14 mortes, Lacerda Sales afirmou que ainda não há “culpados”.

“Culpados ainda não há. É às instituições que investigam que compete atribuir essas responsabilidades”, referiu.

Há cerca de um ano, um surto de legionela em Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Matosinhos provocou 14 mortes, mas a doença foi diagnosticada em 89 pessoas.

O Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella Pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.