Sente-se mais cansado do que o habitual ultimamente? Tem constatado que anda com a boca mais seca? Anda com mais vontade de urinar? Tem tido mais fome do que o costume? Sente a sua visão turva? Se respondeu que sim a, pelo menos, uma destas perguntas, saiba que pode ter razões para se preocupar, pelo que o melhor é continuar a ler. São vários os sintomas da diabetes tipo 2 que, segundo os especialistas, pode estar a menosprezar neste preciso momento.

1. Fadiga

A fadiga e o cansaço, uma das principais queixas dos trabalhadores das sociedades atuais, são sintomas da diabetes tipo 2 provocados por alterações ao nível do músculo. A diminuição da insulina no organismo reduz a quantidade de energia disponível. Nessa altura, o corpo, depois de esgotar as reservas de glicose, recorre à gordura corporal para a recuperar. Nessa altura, nas células que compõem os músculos, deixa de ser produzida uma molécula chamada de ATP.

"A diminuição da circulação dessa molécula, que é conhecida por ser a molécula da energia no nosso corpo, faz com que as células do músculo tenham, posteriomente, menos energia e que, depois, o próprio corpo percecione a sua ausência como fadiga e cansaço", alerta mesmo um artigo publicado no site informativo Diabetes 365º, um inovador projeto multiplataforma que promove a literacia em diabetes em português e que tem o Modern Life como um dos parceiros.

2. Fome

Sentir fome é um sintoma comum na diabetes tipo 2. Quando os níveis de glicose se mantêm anormalmente elevados, como sucede num episódio de hiperglicemia, o açúcar presente no sangue não consegue entrar nas células. São várias as explicações para essa situação. Não haver insulina disponível suficiente é uma delas. Noutros casos, ela pode estar lá, mas o corpo resiste à sua ação. Se isto acontece, o organismo torna-se incapaz de converter o açúcar em energia.

E, apesar de o açúcar no sangue não faltar, como o organismo não o consegue usar, começa a gerar-se uma falta de energia que vai ser, depois, responsável pela sensação de fome. Essa necessidade urgente de comer, que muitas vezes se manifesta de forma repentina, não é mais do que o organismo a comunicar que precisa rapidamente de energia. Ter fome não é forçosamente sinal de que sofre desta doença mas convém procurar um médico para acabar com a dúvida.

3. Boca seca

Pode ser consequência da necessidade frequente de urinar que muitos diabéticos sentem. Se forem mais vezes à casa de banho e não repuserem a água que perdem, podem desidratar facilmente. Esta desidratação vai secar os lábios e a boca, daí a sensação de boca seca que é normal na diabetes tipo 2 e também na tipo 1. O sintoma não é, todavia, exclusivo da doença. Há medicamentos para a diabetes que também o provocam, tal como a tensão arterial elevada.

4. Visão turva

Os sintomas oculares mais associados à diabetes tipo 2 podem ter manifestar-se de duas formas distintas, a longo prazo e a curto prazo. Os efeitos a longo prazo prendem-se com o facto de o aumento dos níveis de açúcar no sangue durante muito tempo poder criar pequenas lesões nos vasos sanguíneos, nomeadamente nos que existem nos olhos, levando posteriormente a problemas na retina. Estas lesões levam a uma visão turva, outro dos sintomas apontados.

No curto prazo, esses sinais, motivados por fatores totalmente diferentes, podem desaparecer com a regularização dos níveis de glicose. Na diabetes tipo 2, há líquido do próprio corpo que se pode mover para dentro e para fora do olho, fazendo com que uma outra porção do mesmo inche. O inchaço do cristalino turva a visão porque esta parte do olho capta a luz e a alteração da sua forma torna essa captação deficiente, deixando, por isso mesmo, que a visão fique nublada.

5. Necessidade frequente de urinar

É outro dos sintomas associados à diabetes tipo 2 mas também não é exclusivo desta doença. Quando ocorre uma situação de hiperglicemia, o organismo tenta livrar-se da quantidade extra de açúcar presente no sangue através dos rins. Ao trabalharem mais, começam a filtrar mais água do que seria normal, aumentando assim a vontade de urinar. Essa situação prende-se com a necessidade acrescida da bexiga libertar o líquido que vai acumulando ao longo do processo.