São um dos grupos de risco da COVID-19. Para os esclarecer, a European Lung Foundation (ELF), fundação europeia que apoia iniciativas de promoção da saúde pulmonar, pediu a um especialista da European Respiratory Society (ERS), organismo que integra alguns dos mais reputados pneumologistas, investigadores e cientistas europeus, para responder às dúvidas mais frequentes dos doentes respiratórios, como noticiou entretanto a revista Prevenir.

James Chalmers, professor da Univerdade de Dundee na Escócia, presidente do Grupo de Infeção Respiratória da ERS e editor-chefe adjunto do European Respiratory Journal, aceitou o desafio e, depois de reunidas várias perguntas colocadas pelos doentes respiratórios que contactaram a ELF, propôs-se a esclarecer as que considerou mais pertinentes. Será que um delas traz a resposta para aquela interrogação que tanto o tem vindo a preocupar?

1. Sou um doente com bronquiectasia. Será que corro maior risco de contrair COVID-19 do que outras pessoas que não têm esta doença causada pelo aumento permanente de partes das vias aéreas do pulmão?

Não. A infeção pode ser contraída por qualquer pessoa, mas os doentes com condições pulmonares subjacentes podem ter maior probabilidade de apresentar sintomas da infeção, ou sofrer uma infeção mais grave do que outros. Até à data, a maioria das pessoas que contraem a COVID-19 apresentam inicialmente uma doença viral ligeira mas algumas dessas pessoas desenvolvem posteriormente infeções respiratórias ou pneumonias.

Não temos ainda a certeza se os doentes com bronquiectasia têm maior probabilidade de contrair uma infeção respiratória após serem infetados com a COVID-19, mas é provável que assim seja, pois é o que acontece com outros vírus, como é o caso do da gripe.

2. Fiz um transplante pulmonar. Há algum conselho específico que se aplique a mim?

A sua equipa ou especialista de transplantes pode já ter um plano em vigor e, se assim for, deve seguir os seus conselhos. De um modo geral, se desenvolver sintomas consistentes com uma infeção viral e se tiver viajado para um país afetado nos 40 dias anteriores, será aconselhável isolar-se em casa e contactar a sua equipa local de transplante para aconselhamento.

3. As pessoas com doenças respiratórias são mais propensas a morrer com COVID-19 do que as que não têm essas doenças?

Até agora, idades mais avançadas e a presença de condições subjacentes, incluindo condições pulmonares, têm sido fatores de risco de morte. No entanto, é importante salientar que a maioria dos doentes, mesmo aqueles com doenças respiratórias subjacentes, contraíram infeções leves e recuperaram completamente.

4. Há algumas medidas adicionais que eu deva tomar para limitar o meu risco de ficar doente por ter asma?

Há cuidados que todos deveremos ter para limitar os riscos de contrair a doença. Para alguém com asma ou qualquer outra condição pulmonar, há medidas que são especialmente importantes.

Não toque na boca, no nariz e/ou nos olhos se não tiver as mãos lavadas. Evite o contacto com pessoas doentes. Mantenha uma distância de, pelo menos, um a três metros. Lave bem as mãos após tocar em superfícies que possam estar contaminadas.

5. Tenho doença pulmonar obstrutiva crónica, também conhecida como DPOC. Devo usar uma máscara para me proteger do novo coronavírus?

Para a população em geral, o uso de uma máscara apenas é recomendado se houver manifestação de sintomas, como tosse ou febre, ou se estiver a cuidar de alguém com esses sintomas. Não é recomendado usar máscara para quem tenha uma condição respiratória, pois isso pode tornar a respiração mais difícil.

Se tiver uma condição respiratória e estiver preocupado em contrair a COVID-19, aconselhe-se com o seu médico. Para prevenir a escassez de máscaras faciais, é importante utilizá-las apenas, se necessário. É importante utilizar e eliminar as máscaras da forma correta. A Organização Mundial de Saúde, no seu site, presta informações úteis acerca deste assunto.