Existem cinco tipos de imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA, IgD e IgE, com funções imunológicas diferentes. Quando os linfócitos B são expostos a agentes patogénicos, transformam-se em plasmócitos que produzem anticorpos contra esse agente. Cada plasmócito produz um único tipo de anticorpo, que se acumula no sangue se essa produção for descontrolada como no caso do Mieloma Múltiplo (componente monoclonal ou proteína M).

A imunoglobulina produzida é usada na classificação do Mieloma Múltiplo, sendo os mais comuns o IgG (60% a 70% dos casos clínicos) e o IgA (20%). Estes plasmócitos patológicos acumulam-se na medula óssea e prejudicam a formação normal de glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas com destruição da medula normal e do osso circundante.

Os sintomas do Mieloma Múltiplo não são característicos, pelo que podem ser semelhantes aos de outras doenças. Um dos mais comuns é o cansaço, efeito da anemia, por diminuição do número de glóbulos vermelhos. O Mieloma Múltiplo pode causar lesões nos ossos, com dores frequentes e, em alguns casos fraturas patológicas. As regiões frequentemente afetadas são a coluna, o crânio e a bacia.

A febre e infeções frequentes são sintomas de alterações no sistema imunitário e podem ocorrer devido ao número reduzido de glóbulos brancos ou por alteração da quantidade e qualidade dos anticorpos monoclonais que não combatem eficazmente a infeção. Um sintoma bastante comum às doenças oncológicas em geral, é o emagrecimento sem causa aparente e que deve sempre ser investigado.

O mau funcionamento dos rins, afetados pelas imunoglobulinas produzidas pelo Mieloma também é uma situação comum nestes pacientes.

O resultado de um único exame não é suficiente para diagnosticar o Mieloma Múltiplo. O diagnóstico tem início com a descrição dos sintomas pelo paciente, e confirmado com os exames físicos, laboratoriais e imagiológicos.

Um artigo do médico Germano de Sousa, especialista em Patologia Clínica.