São energias arrumadas em nós pelo tempo de acordo com cultura, religião, educação, que nos condicionam a repetir certas reacções inconscientemente. O facto de serem inconscientes é precisamente o que nos prende aos mesmos e que nos faz repetir e arrastar padrões que se bem vistos à luz do dia e da consciência, já não fazem sentido, são até obsoletos e na maior parte das vezes, precisamente o que nos está a causar as perdas.

Não é difícil reconhecer padrões de comportamento nas várias gerações da família, principalmente dentro do mesmo sexo.

Por exemplo; a submissão das mulheres perante o homem "machista", seja ele marido, chefe, colega assim como também encontramos mulheres que têm tendência a dominar e que atraem homens mais passivos, sensíveis e submissos.

“Cegos, surdos e mudos” durante a nossa infância e crescimento, absorvemos o que vemos e o que sentimos quase sem escolha, acreditado simplesmente que é assim que o mundo funciona.

Acabamos assim por ser arrastados para a vivência e repetição dessas mesmas energias e comportamentos, repetindo cegamente o que nos é familiar e onde só a dor e o sofrimento nos irão ajudar a questionar as nossas vidas.

E se há padrões que são facilmente identificáveis, outros são extremamente difíceis de reconhecer. Quando estão envolvidos personagens com uma visão ainda muito egóica, facilmente percebemos “quem é que manda e quem é que cala”, mas noutros exemplos, o padrão é mais invisível.

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Por exemplo, quantas vezes os nossos filhos não ouvem diáriamente os nossos desabafos como por exemplo; “a vida é difícil!” .

Sem querer, estamos a imprimir no fundo das suas mentes e nas suas células esta distorcida e deprimida visão da realidade e que os irá inconscientemente condicionar a acreditarem no mesmo.

Senão vejam:

A vida será mesmo difícil? Não será apenas difícil porque passámos a acreditar que sim só porque crescemos a ouvir essa ideia?

Não será difícil porque não sabemos porque é que estamos vivos?

Não será ela difícil porque ainda vivemos numa época onde o ego domina e é precisamente esse ego que nos faz atrair as perdas que tanto tememos?

Não será difícil porque não nos deram as regras do jogo e nos ensinaram a jogar?

Quem é que nos diz que se tivéssemos sido educados nas leis universais e ensinados a amar, a dar, a sentir e se nos tivessem repetido milhares de vezes na nossa infância que a vida é maravilhosa, justa, sagrada e amorosa, não seria essa a nossa opinião e visão?

Certo é que o molde com que fomos educados não funciona. O formato previsível que nos fizeram acreditar que nos levará à felicidade, não funciona. Temos que ir então, cada um de nós à sua realidade, identificar o padrão em que está preso e dar inicio ao processo de mudança.

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Aos poucos, pela vida fora, vamo-nos apercebendo de quem somos, qual é afinal o nosso padrão e se estamos ou não confortáveis com ele. A qualidade da nossa vida, o grau de felicidade e paz interior assim como o tipo de perdas por que vamos passando, são normalmente grandes indicadores se estamos ou não em dia tanto com os nossos padrões como com a superação dos mesmos.

O propósito da nossa encarnação é a contínua transformação.

É no aproveitamento das experiencias na matéria que iremos escolher novos padrões, novas atitudes, a libertação de velhos e doentes padrões em prol de novos que mais se ajustam à proposta da encarnação presente e de uma energia de amor.

Mas antes que todas estas mudanças sejam feitas e possamos realmente começar a desfrutar do melhor da vida, temos que primeiro saber identificar, reconhecer e depois superar o nosso sistema de defesa egoico.

Por ser invisível, discreto, subtil e facilmente disfarçado, o nosso ego infiltra-se nas emoções fazendo-nos acreditar que estamos bem e que não precisamos de mudanças.

No nosso sistema mental ele prende-nos em pensamentos que nos fazem acreditar que estamos certos, que temos “razão” e mais uma vez nada precisamos de mudar.

Pior ainda é o nosso sistema de crenças que nos faz acreditar que somos a vitima, o outro é que é o carrasco e como tal, e mais uma vez, o outro é que tem que mudar.

Presos a essa energia, a nossa vida passa a ser um eterno manter da zona de conforto segura, controlando tudo e todos, acreditando que estamos a viver a tão desejada estabilidade.

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Vistas pelos olhos da Luz, são vidas sem liberdade, sem amor, sem fé onde a mentira impera, o controle governa e o medo que todo esse mundo seja posto em causa, invade cada minuto das nossas vidas.

É um medo justificado pois intuitivamente sabemos que mais cedo ou mais tarde aquela enorme manipulação, aquela mentira pessoal, aquele mundo fictício irá realmente desaparecer e dar lugar à verdade e ao amor.

Por ser amorosa e por nunca desistir de nos ajudar a encontrar a Luz, a vida irá continuamente criar situações que irão por em causa esse frágil castelo de cartas e reorientar-nos para a verdadeira missão de reconhecermos quem realmente somos e como vamos afinal quebrar o padrão do passado e encontrar um novo.

Quando finalmente nos começamos a aperceber qual é afinal o nosso padrão, há normalmente duas reacções:

- Ou (ainda) culpamos e julgamos quem nos desafia

- Ou (finalmente) assumimos a responsabilidade de os termos atraído e percebemos que a presença deles é apenas um convite a uma nova atitude da nossa parte.

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Os cientistas estão agora a chegar a conclusões que já são trabalhadas há muito na terapia de vidas passadas; Que esses padrões são herdados genéticamente. Ou seja, “algo” (é curioso chamarem-lhe “algo”) ficou registado no ADN de uma avó na sua reacção a uma determinada situação, e esse mesmo “algo” é herdado no ADN da filha ou da neta que a irá condicionar a uma mesma atitude.

Numa linguagem energética, esses padrões são herdados Kármicamente ou seja, são energias que fazem parte de um padrão Kármico que mais do que herdá-los da mãe e da avó, que são apenas espelhos exteriores desse mesmo padrão interno, vamos sim herdá-los das personagens que um dia já vivemos.

Ou seja, a nossa história energética não é herdada propriamente dos nossos antepassados familiares mas sim dos nossos antecessores, vidas que nós próprios encarnámos.

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Independentemente das crenças pessoais de cada um ou da maneira como esses padrões são identificados, importante sim é o reconhecimento dos mesmos e as mudanças necessárias para que novos e mais saudáveis padrões surjam. Mesmo as pessoas que resistem à ideia de vidas passadas, conseguem identificá-los nos espelhos dos pais e até dos filhos da vida presente.

No entanto a noção de Karma, de retorno do que quer que tenhamos emanado no passado, é essencial não só para explicarmos e aceitarmos o que estamos a atrair, como para fazermos as pazes com esse passado.

Por exemplo, uma mulher apercebe-se que trás na sua família um padrão de insegurança, falta de valorização e de amor próprio. Ele já foi vivido na avó que estivera casada a vida toda contra vontade por falta de coragem de se divorciar. Passou para a mãe que chegou a ser vitima de violência doméstica e passou para ela na forma de um ambiente profissional tenso, competitivo, onde é abusada por um chefe e desvalorizada por colegas.

Com os devidos olhos da responsabilidade, não com a visão da vitima, esta mulher consegue já ver as mesmas atitudes, as mesmas respostas, as mesmas reacções de passividade, de inacção e de medo que observou no elemento feminino da sua família durante todo o seu crescimento. Mas ver o padrão ajuda quando percebemos que está na nossa mão mudá-lo. Não ajuda no perdão do elemento masculino que ainda é visto como o “carrasco” daquela família.

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O primeiro desafio é ver o padrão, o segundo é perdoar quem “nos fez mal” e o terceiro ainda é perdoar o que nós próprios fizemos que criou esse padrão e que retorna através de quem nos fez mal.

Essas camadas de acção-consequência-acção-consequência / vitima-carrasco-vitima-carrasco nem sempre são fáceis de identificar. Mais ainda quando a espiral desses retornos, na maior parte das vezes, já vem de outras vidas. E se a Astrologia nos mostra facilmente o tipo de infância que escolhemos viver, essa energia torna-se óbvia pela presença inquestionável dos mais variados tipos de espelhos que vamos projectar nas pessoas à nossa volta.

Por estarmos condicionados pelo fenómeno Espaço-Temporal, por não conseguirmos facilmente sair do 3D onde facilmente veríamos a linha invisível que liga os eventos uns aos outros, acabamos com a visão distorcida, limitada, pequena e imediata que se torna o ambiente perfeito para o ego tomar conta e fazer-nos acreditar que a Lei do karma não existe, que somos o inocente e a vitima e os outros os carrascos culpados.

Quebrar um padrão não é algo que decidimos em cima do joelho.

Não é apenas algo que paramos de fazer ou que começamos a fazer só porque sim. Quebrar um padrão é antes de mais um acto de coragem e de amor. Não se trata apenas de fazer uma mudança, mas sim de reconhecer que todos os comportamentos, todas as atitudes, o padrão em si, é uma experiência sagrada a que o espírito se propôs. É a vivência de determinadas emoções que iremos juntar a todo o puzzle emocional que viemos completar. É reconhecer que todos os padrões têm um lado sombra e um lado Luz e que enquanto os dois não forem reconhecidos e aceites estamos ainda presos a ele.

Voltando ao exemplo do padrão da mulher submissa e com baixo valor próprio, teríamos que viajar para o passado, ir para além de todas as vivências desta padrão e ir em busca do pólo oposto que lhe deu origem. No caso da mulher iríamos provavelmente encontrar a vivência de uma energia Yang, masculina, dominadora, agressiva e desrespeitosa para com a energia Yin. Ou seja, iríamos encontrar as acções que originaram o retorno aqui no presente na forma daquelas provocações masculinas.

Porque a vida é uma sucessão de experiências, cada uma delas está a contribuir para uma plenitude, um equilíbrio emocional, energético que se traduz na nossa vida pela sensação de bem estar, paz e alegria. Enquanto as julgarmos, enquanto as negarmos, enquanto corrermos freneticamente atrás apenas das positivas acreditando que podemos evitar as negativas, adiamos o processo, ficamos presos no padrão, não conseguimos o equilíbrio.

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A saída do padrão implica a aceitação de ambas as vivências, obriga-nos a reconhecer a nossa vitima e o nosso carrasco.

Quando conseguimos atingir esse patamar, crescemos, evoluímos, amadurecemos e talvez mais valioso ainda, ganhamos tolerância com os outros quando percebemos finalmente que todos estão a travar batalhas idênticas.

Maturidade é então a capacidade que conquistamos quando finalmente juntamos os dois pólos das experiências e as harmonizamos sem julgamento.

José Saramago resumiu numa frase a base de todo o processo terapêutico e em ultima análise, a essência da nossa passagem pela experiência material:

“É preciso sair da ilha para ver a ilha”.

Já antes usada no meu texto “O processo de cura” , deixo então o convite tanto a essa leitura como a que cada um possa fazer uma viagem para longe da sua ilha onde sem dúvida irá ter uma visão nova de si próprio e muito mais completa do que alguma vez imaginou...

Bem Hajam!
Vera Luz

Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual.
Dou consultas de Regressão à Vida Passada, Criança Interior e Eu Superior.
Sou facilitadora do Workshop “Do Drama para o Dharma”, baseado no meu primeiro livro, onde nos propomos, através de vários exercícios e meditações, a um maior autoconhecimento e consciência de quem somos, donde viemos e o que andamos cá a fazer.
Há mais de 10 anos que o meu trabalho e compromisso é relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da nossa vida, trazer a Verdade ao de cima, ajudar cada um a sentir o lado sagrado da vida.
E mais importante ainda é lembrar sempre que: "A mudança que tanto desejamos, tem que começar dentro de nós..."

Sou autora dos livros;
“Regressão a vidas passadas”
"Do Drama para o Dharma”
"A cabeça pergunta a Alma responde”

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