Não me tem apetecido escrever, até hoje, pois é tanto o que vai aqui dentro que não coube em nenhuma palavra, frase ou sílaba.
Resumindo e baralhando, tempos duros em todo o globo de verdades exaltadas que abanam muito todas as estruturas, trazem ao cimo o melhor e o pior de cada célula da Terra e de nós, seja na fé, nas atitudes, nas escolhas, no que relacionamos e como nos relacionamos, como nos expressamos, manifestamos e curamos. No que queremos e não queremos mais, o que nos grita das entranhas e o que fazemos com tudo isso.
Justiça, persistência, verdade, ação, amor e dor, desconstrução, destruição vs. construção e muita aprendizagem. Tempos estes que segundo o que vejo na Terra e na dança dos céus, assim nos desafiarão durante os próximos meses, ou melhor, digamos que será uma primavera bem audaz e exigente para com as sementes que nasceram na Terra nossa mãe, na Terra do nosso jardim e na Terra das nossas almas. Será um emergir inesquecível, recheado de emoções fortes e duras escolhas, quanto a mim. Como um parto. Por vezes impulsivo outras lento, um movimento das entranhas que muito vai destrinçar sobre nós.
Que olhemos dentro e fora e saibamos observar. Que tenhamos a audácia de ser genuínos e criativos, pois frente a todos os desafios pessoais e mundiais de momento, é preciso muita criatividade, humildade, amor e ação.
O Equinócio da Primavera está aí! Quando a primavera se manifesta de forma única na natureza e se instala. Os antigos celebram-na desde há muito entre 20 e 23 de março. Tempo em que o dia é igual à noite, a luz à escuridão, os polos opostos encontram-se em igual intensidade e equilíbrio o que proporciona o emergir de coisas bem escondidinhas dentro, que estiveram em fase de gestação bem profunda por este inverno.
A natureza celebra e acorda todo o seu potencial e esplendor, a fertilidade, criação e vida. O novo a eclodir. Tempo de celebrar e estimular a liberdade, a criatividade e a expansão. Honrar a ida, vivendo-a e celebrando-a. É comum criar santuários simples e simbólicos na natureza ao ar livre, plantar árvores, plantas ou flores, colorir ovos como símbolo deste culminar da gestação e emergir da natureza.
Desta roda do ano que sempre gira e renasce... cresce, brilha, aprende, semeia, recolhe, integra, recicla, morre e renasce... o auge do sol caminha na nossa direção com o seu culminar no Solstício de Verão.
Agora é tempo de mergulhar na natureza, fundirmo-nos com ela, honrá-la em amor, criatividade e gratidão.
Durante esta Lua assistiremos e sentiremos (dentro e fora) a dança entre o inverno e a primavera, ora brumas, ora Sol. "Março, Marçagão, de manhã inverno, à tarde verão", como diz a minha mãe e a minha avó acrescenta "grande do coração" ;) <3
Segundo o calendário natural e mais antigo da humanidade, passámos pela lunação da integridade, a Lua do Falcão, que nos questionou e trabalhou sobre a importante questão: eu vivo aquilo em que acredito? Tocou-nos fortemente nos pontos: coragem e livre arbítrio.
Aproveitemos para meditar um pouco sobre o que se passou e vivemos nos 28 dias e noites que passaram por nós.
Estamos agora na lunação da intenção, a Lua do Jaguar. Uma lunação que nos questiona e trabalha sobre a questão: como atingir o meu propósito? Entre as coisas mais simples às mais complexas, ou seja: propósito de forma individual, social, como humanidade, como planeta em comunhão com tantos outros planetas e universos.
Felizes sementes e partos corajosos para todos.
Sejamos corajosos, audazes e divertidos.
Saibamos honrar as nossas histórias e a história de tudo e de todos nós.
Que assim seja.
Um doce e forte abraço.
Nádia Nadzka
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